Avião que caiu com Marília já havia sido da dupla Henrique e Juliano
Cantores compraram a aeronave em 2017, por R$ 830 mil, e a venderam em junho de 2020; bimotor foi fabricado em 1984
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O avião que caiu com a cantora Marília Mendonça e sua equipe em Piedade de Caratinga, a 300 quilômetros de Belo Horizonte, já havia pertencido à dupla Henrique e Juliano.
Conforme documento obtido pelo R7, os cantores compraram a aeronave em junho de 2017, pelo valor de R$ 830 mil. Antes de pertencer aos músicos, o bimotor de turboélice, fabricado em 1984, já havia tido ao menos outros quatro proprietários.
Segundo a equipe de Henrique e Juliano, a dupla vendeu o avião em junho de 2020 à empresa PEC Táxi Aéreo, responsável pelo voo que resultou na morte de Marília Mendonça, na última sexta-feira (5).
Além da sertaneja, estavam na aeronave o piloto Geraldo Martins de Medeiros, o copiloto Tarciso Pessoa Viana, o tio e assessor de Marília, Abicieli Silveira Dias Filho, e Henrique Ribeiro, produtor da artista. Todos morreram.
O avião é do modelo King Air C90A, com capacidade para até seis passageiros. Segundo especialistas, a aeronave é considerada estável e referência na categoria.
Em junho deste ano, o MPF (Ministério Público Federal) notificou a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de problemas de aquecimento no para-prisa da aeronave. De acordo com o órgão, o processo foi arquivado no mês de agosto, após a proprietária corrigir as falhas.
Amizade
Henrique e Juliano estavam entre os amigos mais próximos de Marília Mendonça. No sábado (6), eles acompanharam o cortejo da cantora em cima do caminhão de bombeiros que transportou o caixão. As cantoras Maiara e Maraisa também estavam lá.
Os artistas ficaram ao lado da família e dos amigos da Marília durante todo o velório. Na cerimônia, eles cantaram duas músicas em homenagem a Marília Mendonça. Uma delas foi o hit Flor e o Beija-Flor, escrito por Marília e alçado às grandes paradas musicais na voz de Henrique e Juliano.
Causas da queda
A Polícia Civil abriu uma investigação para descobrir o que provocou a queda da aeronave. O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Força Aérea Brasileira, também acompanha o caso.
Até o momento, já foi confirmado que a aeronave bateu em um cabo de transmissão de energia da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) antes de cair.
Especialistas ouvidos pela Record TV avaliam que a aeronave estava voando abaixo da altura ideal quando atingiu a rede. A Cemig alega que a torre de fiação não está localizada na área de proteção do aeroporto.