Mais de 100 mil usuários do metrô de Belo Horizonte tiveram que utilizar outra opção para se locomover nesta quarta-feira (5). Os funcionários entraram em greve e as estações da capital mineira amanheceram vazias. Para atender a demanda de passageiros, a prefeitura da capital afirmou que montou uma ação para reforço de linhas de ônibus que atendem as estações Vilarinho, na região de Venda Nova, e São Gabriel, na regional nordeste. Diante da divulgação da paralisação total, alguns usuários foram pegos de surpresa e precisaram se reprogramar para chegar ao destino nesta manhã. “Eu não sabia da greve. Fiquei sabendo ontem e tive que me planejar. O metrô me deixa na porta. Além do ônibus, vou ter que fazer uma caminhada. Com certeza vou atrasar”, relatou Mateus Vicente que aguardava o coletivo. Ainda segundo a administração municipal, a BHTrans (Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte) acompanha o movimento e, caso seja necessário, as viagens extras serão ofertadas aos usuários. As concessionárias responsáveis pelos ônibus da capital mineira foram alertadas previamente sobre a greve dos servidores e a necessidade de preparar mais linhas.Greve do metrô Ao anunciar o retorno total das operações dos trens de Belo Horizonte para o último domingo (2), os metroviários prometeram cruzar os braços nesta quarta-feira (5) e quinta (6). O movimento foi mantido mesmo após a decisão da Justiça que determinou multa de R$70 mil para cada dia de paralisação. O valor foi dobrado após pedido da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos). Contrariados com o avanço da privatização do metrô, os servidores começaram o movimento no dia 25 de agosto. A categoria teme que os funcionários concursados sejam demitidos quando a iniciativa privada assumir o serviço e acusam o Governo Federal de falta de diálogo nesse processo. O processo de privatização passa por uma cisão da CBTU Minas em relação ao restante da companhia. O governo estadual já publicou o edital para a concorrência entre as empresas interessadas em assumir a operação e marcou o leilão para dezembro. O contrato tem 30 anos e prevê o investimento de R$3,7 bilhões.