Caminhoneiros de minério fazem paralisação na Grande BH
Grupo critica os aumentos registrados no preço do combustível e pedem que as mineradoras paguem adequarem o valor dos fretes
Minas Gerais|Regiane Moreira, da Record TV Minas
Caminhoneiros autônomos responsáveis pelo transporte de minério fazem paralisação desde o último domingo (21) em vários pontos da região metropolitana de Belo Horizonte. Eles protestam contra os constantes reajustes no preço do óleo diesel e pedem ajustes no valor dos fretes.
Segundo os manifestares, o movimento conta com o apoio de três mil profissionais. Para aumentar a adesão, os motoristas abordam outros caminhoneiros e explicam o motivo do protesto. Alexandre Blon diz que o trabalho está prejudicado pelos custos.
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— Estamos trabalhando e está muito defasado em relação ao abastecimento. Atualmente, trabalhamos com um valor em que o óleo está acima do que conseguimos arcar. Este valor representa quase 60%, é o que gastamos nos nossos caminhões.
Um grupo se reuniu às margens da BR-381, em Betim, na Grande BH. Além de protestar contra a alta do preço do diesel, a categoria pede uma mudança na política de cobrança do frete. De acordo com Jean Carlos dos Santos, os caminhoneiros querem que o valor seja três vezes maior que o preço do combustível.
— Quando pegarmos um frete em que, se o valor gastado em óleo disel for aproximadamente R$ 300, o frete precisa ser R$ 1.000, porque esses R$ 300 serão utilizados como gasto de combustível e os outros 70% serão destinados para a manutenção do veículo e nossa margem de lucro.
Reajustes
Somente neste ano, o óleo diesel teve uma alta de 27,5% nas refinarias. Foram três reajustes desde janeiro. O impacto é direto em toda a cadeia produtiva e influencia o custo do transporte de produtos, dos alimentos e também dos passageiros do transporte coletivo.
O Sintram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano) se manifestou dizendo que a alta no preço do combustível agrava o quadro financeiro das empresas que atuam nas 34 cidades da região metropolitana de Belo Horizonte, gerando um impacto de 5,8% na planilha de custos das operadoras.
Protestos de caminhoneiros
Em 2018, os caminhoneiros também se uniram contra a alta no preço do óleo diesel e pararam suas atividades durante 10 dias. A greve provocou desabastecimento de alimentos, medicamentos e combustíveis.
Cerca de 60% do que é consumido no Brasil é transportado pelas rodovias e, movimentos nesse sentido, podem provocar um grande impacto para os consumidores. Um dos caminhoneiros, Samuel Damcreses, não descarta a possibilidade de uma nova greve geral.
— Com os aumentos que vêm acontecendo, já estamos defasados há mais de dois anos. O frete é o mesmo e os aumentos vêm vindo. Está insustentável para manter o equipamento e continuarmos a fazer o escoamento do minério.
Os caminhoneiros que transportam minério afirmam que vão ficar parados até que um acordo seja feito com as mineradoras e as transportadoras. Segundo eles, já foram feitas propostas, que são avaliadas para uma definição em conjunto.