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Carta promete expor moradores do JK que denunciaram irregularidades

Texto assinado pela presidente da Associação de Proprietários de um dos condomínios mais famosos de BH foi deixado debaixo das portas

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Carta foi deixada debaixo das portas dos apartamentos
Carta foi deixada debaixo das portas dos apartamentos Carta foi deixada debaixo das portas dos apartamentos

Cartas deixadas em apartamentos do Edifício JK, um dos mais tradicionais de Belo Horizonte, na noite deste domingo (21), ameaçam a divulgar uma lista com o nome de moradores que teriam denunciado irregularidades na instalação de grades no condomínio.

As falhas, investigadas pela Polícia Civil, terminaram com o indiciamento da síndica e do gerente-geral do prédio, na última quinta-feira (17), por crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural.

O texto deixado debaixo das portas foi assinado por Maria de Lourdes Mourão, presidente da Associação dos Proprietários do residencial. Moradores ouvidos pela reportagem, que preferem não ser identificados, avaliaram o conteúdo da mensagem como uma retaliação ao inquérito policial. Segundo eles, a autora do documento seria próxima à síndica Maria Lima das Graças.

Na carta, Maria de Lourdes afirma que o grupo é formado por "aventureiros", que atuam “com interesses escusos”, na tentativa de “promover desordem” para desvalorizar os imóveis. Sem citar nomes, ela diz que os moradores tentam "transformar os apartamentos em locais de encontro para fazerem suas orgias e uso de drogas".

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"Fique alerta, pois algumas pessoas deste grupo estão envolvidas com tráfico de drogas e outros processos criminais", destacou a carta.

Relação próxima

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Em 2006, Maria de Lourdes foi eleita para o conselho do condomínio JK, ao lado de Maria Lima, que ocupa o cargo de síndica há mais de 30 anos. As duas e outros conselheiros assinaram um jornal interno publicado no mesmo ano da posse.

Leia também: Declarações de amor iluminam prédio tradicional em BH

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Em janeiro de 2016, a atual presidente da associação de moradores foi condenada a pagar R$ 5.000 por danos morais a um advogado que ela acusou de pedofilia. Segundo a decisão judicial, o advogado denunciou que Maria Lima teria agido em conluio com Maria de Lourdes e que recursos do condomínio foram utilizados na prática dos crimes. A síndica, contudo, foi inocentada.

Denúncias

Para a Polícia Civil, caso a lista com o nome dos moradores seja divulgada, conforme prometido na carta deixada nos apartamenos, e as acusações sejam falsas, as denúncias podem caracterizar crimes contra a honra, como calúnia e difamação, conforme explica o delegado Eduardo Vieira Figueiredo.

— Esta carta tem um pano de fundo para crimes contra a honra. Se alguma pessoa se sentir ofendida, ela pode procurar a polícia para fazer a devida denúncia, de modo que o caso seja investigado.

Figueiredo, o responsável pelo inquérito que indiciou a síndica Maria Lima, destaca ainda que a denúncia sobre a instalação irregular de grades na fachada de um dos blocos não foi feita por moradores, conforme indica a mensagem.

— A demanda chegou ao conhecimento do Dema [Departamento Estadual de Investigações de Crimes Contra o Meio Ambiente] pelos órgãos de imprensa. Não foi nenhuma pessoa em especial. 

Outro lado

A reportagem tenta contato com a presidente da Associação de Moradores do Condomínio JK. Procurada, a administração do residencial informou que iria avaliar com a conselheira a possibilidade de um posicionamento, mas não respondeu à solicitação até o momento.

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