Caso Lorenza: pai da vítima quer integrar acusação contra promotor
Objetivo da família é poder auxiliar o MP na ação referente à denúncia de feminicídio contra André Luís Garcia de Pinho
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O pai de Lorenza Maria Silva de Pinho, supostamente morta pelo marido em Belo Horizonte, enviou à Justiça, nesta segunda-feira (24), um pedido para fazer parte do processo que acusa o promotor André Luís Garcia de Pinho pelo assassinato da mulher.
Oficialmente, o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) é o responsável pela ação que denunciou Pinho por feminicídio.
O objetivo dos advogados de Marco Aurélio Silva, pai de Lorenza, é colocá-lo assistente de acusação. O papel, apesar de coadjuvante, vai garantir à família da vítima acompanhar mais de perto o processo e prestar apoio quando necessário, conforme explica o advogado Tiago Resende.
— A ideia é estar presente no sentido de auxiliar o Ministério Público em algumas questões e monitorar a movimentação. Além disso, também é importante para conseguirmos ter acesso à ação e nos manifestarmos quando for pertinente.
Histórico
Após um mês de investigação, o MPMG denunciou André Garcia de Pinho, no último dia 30 de abril, por feminicídio por motivo torpe, com meio cruel e que dificulta a defesa da vítima. Agora, a Justiça analisa se vai aceitar a denúncia e transformar Pinho, que está preso, em réu.
A perícia apontou que o promotor intoxicou Lorenza Maria com bebidas alcoólicas e remédios e, em seguida, a asfixiou. A motivação, segundo os investigadores, foi um desgaste no relacionamento que havia transformado a mulher em "um peso" na vida de Pinho.
O MP também denunciou os médicos Itamar Gonçalves Cardoso e Alexandre de Figueiredo Maciel por falsidade ideológica. Eles assinaram o atestado de óbito que indicou que Lorenza morrera por “pneumonite, devido a alimento ou vômito, e autointoxicação por exposição intencional a outras drogas”, o que reforçava a versão apresentada pelo promotor de que a companheira se engasgou enquanto dormia. Todos os denunciados negam os crimes.