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Cidade Administrativa: empresas receberam sem prestar serviço

Relatório da Polícia Federal aponta que fraude foi de R$ 7,6 milhões; Deputado federal Aécio Neves e 11 executivos do consórcio foram indiciados 

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas

Cidade Administrativa foi entregue em 2010, durante gestão de Aécio Neves
Cidade Administrativa foi entregue em 2010, durante gestão de Aécio Neves

Relatório da Polícia Federal em Belo Horizonte aponta que duas empresas receberam R$ 7,6 milhões para atuar na construção da Cidade Administrativa, mas não prestaram o serviço pela qual foram contratadas.

De acordo com a PF, três grandes empreiteiras terceirizaram parte da obra para outras duas empresas que recebera, respectivamente, R$ 2,6 milhões e R$ 5 milhões para o fornecimento de equipamentos para a obra.

Aécio vai ao STJ contra indiciamento no caso da Cidade Administrativa

A solicitação dos repasses foi feita pelo então presidente da (Codemig) Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, Oswaldo Borges da Costa Filho, responsável pela condução da obra.


Oswaldinho, como é mais conhecido, é apontado na investigação como operador do deputado federal e ex-governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), no caso da Cidade Administrativa.

Segundo a PF, para acobertar o repasse de R$ 7,6 milhões há indícios de que foram celebradas contratações fictícias de serviços não prestados para elaboração de planejamento da obra e de locação de máquinas. Além de medições falsas e emissão de notas frias pelas empresas subcontratadas.


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Em depoimento de delação premiada, um dos executivos das empresas admitiu que não houve prestação de serviço ao consórcio responsável pela construção. A colaboração premiada foi feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

"Mineirinho"


Em outro trecho da documentação, a PF cita o repasse de R$ 4,4 milhões do setor de propina da Odebrecht para "Mineirinho", codinome de Aécio nas planilhas da empreiteira. Na última quinta-feira (7), o tucano e 11 representantes das empresas foram indiciados pela PF.

Para Aécio, foram atribuídos os crimes de corrupção passiva e peculato. Oswaldinho se livrou da investigação, pois tem mais de 70 anos de idade e foi beneficiado pela prescrição. Um dia depois do indiciamento, a defesa do ex-governador entrou com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) na tentativa de suspender a investigação.

A justificativa apresentada é aguardar decisão do STJ para saber se a competência para julgar o caso é da Justiça eleitoral ou comum, o que está marcado para acontecer na próxima quarta-feira.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a defesa de Aécio classificou, mais uma vez, como "absurdas" as conclusões da Polícia Federal neste caso. Em nota, o advogado Alberto Toron, que representa o deputado, disse, ainda, que não há nenhuma prova de vincule Aécio a qualquer ilegalidade. 

Confira a nota, na íntegra:

As conclusões do delegado são absurdas, além de ilegais - já que o inquérito se encontrava suspenso aguardando decisão no STJ - e contrariam até mesmo investigações anteriores da mesma PF.

Depois de três anos de investigações não foi apresentada nenhuma prova que vincule o Deputado Aécio Neves a qualquer ilegalidade. Ao contrário, as obras da Cidade Administrativa seguiram as melhores práticas da administração pública. O edital que agora é questionado foi apresentado anteriormente ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado, que não apontaram qualquer incorreção. Investigação sobre o assunto foi arquivada pelo Ministério Público.

Uma empresa independente de auditoria foi contratada, acompanhou todas as etapas da obra e os pagamentos só eram realizados após comprovação de serviços feitos por ela. Nem mesmo os aditivos financeiros permitidos por lei foram autorizados pela Codemig, o que por si só desmonta qualquer acusação de superfaturamento. Registre-se ainda que a Codemig recusou solicitações de reajustes feitos formalmente por empresas participantes da obra.

Representantes das duas empresas mencionadas já haviam apresentado no inquérito documentos que comprovam a correta execução dos serviços. A defesa confia que a Justiça de forma isenta vai julgar pela improcedência das absurdas acusações.

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