Como sócia do pai, filha de Ricardo Nunes diz que só assinava papéis
Laura Nunes afirmou em depoimento que o fundador da Ricardo Eletro era o responsável por administrar as empresas em que os dois eram sócios
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas
A filha do fundador da rede varejista Ricardo Eletro admitiu, em depoimento nesta quarta-feira (8), que só assinava documentos nas empresas em que era sócia do pai.
Segundo Laura Nunes, quem realmente administrativa as companhias era o empresário, alvo principal da operação que descobriu um esquema de sonegação fiscal de R$ 400 milhões em Minas Gerais.
Laura Nunes figura como sócia e diretora de diversas empresas utilizadas para supostamente ocultar o patrimônio do pai, Ricardo Nunes. Na lista, consta vários apartamentos, terrenos, salas comerciais, casas em Divinópolis, a 120 km de Belo Horizonte, além de uma firma com sede no exterior e a participação societária em dois shoppings em BH. Os bens, estimados em R$ 60 milhões, foram bloqueados pela Justiça.
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Para o coordenador do Caoet (Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária do Ministério Público Estadual de Minas), Fábio Reis de Nazareth, o depoimento deixa claro que Laura agia como "laranja" do pai no esquema de lavagem de dinheiro.
— O depoimento dela foi muitíssimo importante para apontar a responsabilidade do Ricardo Nunes.
Pai e filha foram presos durante a operação realizada na manhã desta quarta-feira. Laura teve a prisão suspensa e foi solta após prestar depoimento. Os investigadores consideram que ela colaborou com o inquérito. Nunes continua preso e presta depoimento em Contagem, na Grande BH, nesta manhã.
O advogado que acompanha Laura informou à reportagem que a investigada já está em casa, na Grande BH, e que a defesa só vai se manifestar após ter acesso a todo conteúdo do inquérito. Marcelo Leonardo também informou que vai se manifestar ainda hoje sobre sobre Ricardo Nunes.