Crime brutal em fazenda de MG: três da mesma família são encontrados mortos com tiros na cabeça
Corpos de casal de idosos, de 65 e 67 anos, estavam com mãos amarradas, irmão de fazendeiro, de 52 anos, também foi assassinado
Minas Gerais|Andrea Silva, da Record Minas

Um crime brutal chocou moradores da zona rural de Curvelo, na região Central de Minas Gerais, a 162 quilômetros de Belo Horizonte, na manhã deste sábado (28). Três pessoas da mesma família foram encontradas mortas, com marcas de execução, dentro da própria residência, localizada na Fazenda Brejinho, no povoado de Canabrava, a cerca de 25 km do centro da cidade.
As vítimas são o fazendeiro Regino Nilson Soares, de 65 anos; a mulher dele, Maria Helena Leite Soares, de 67; e José Evangelista Filho, de 52, irmão de Regino e deficiente visual e auditivo. O casal foi morto com um tiro na nuca, e ambos estavam com as mãos amarradas para trás com abraçadeiras de nylon, conhecidas como enforca-gato. Já o irmão de Regino foi morto na cama do quarto. Ele tinha uma marca de disparo no lado direito da testa e não estava com as mãos amarradas.
Os corpos dos três estão sendo velados, neste domingo, em Sete Lagoas, na Região Central de Minas, e enterrado no início da tarde no Cemitério Municipal Santa Helena, também na cidade.
A suspeita é de que se trata de um crime de latrocínio — roubo seguido de morte. A filha do casal informou à Polícia Militar que o pai costumava guardar quantias razoáveis de dinheiro em espécie em casa e que foram levados R$ 14 mil, dos R$ 30 mil que ele tinha separado, sendo R$ 16 mil entregues a ela no início da semana para pagar o conserto de um caminhão.
Descoberta e ação policial
Segundo a PM, o crime foi descoberto por um açougueiro que chegou na madrugada de sábado à fazenda para realizar o abate de porcos. Ele se deparou com a casa com todas as luzes acesas e a porta da sala aberta. Como chamou e ninguém atendeu, se aproximou da entrada e viu o corpo do fazendeiro caído no chão, com sangramento na cabeça.
Como não havia sinal de celular na região, o trabalhador foi até a sede do 42º Batalhão da PM para comunicar o fato.
Equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil foram até a propriedade, onde constataram o triplo homicídio. Os corpos estavam em diferentes pontos da casa: Regino foi encontrado na sala, com as mãos amarradas para trás e um disparo de arma de fogo na nuca; Maria Helena, no corredor ao lado, também com as mãos amarradas e com lesão semelhante na cabeça.
No quarto próximo à sala estava José, com ferimento de bala na cabeça. Segundo os familiares, ele era surdo e cego, e não apresentava sinais de amarração. Próximo à cama dele, havia duas abraçadeiras. Em uma mala, no quarto da vítima, foi encontrada a quantia de R$ 1.400.
Quarto revirado e bens roubados
A casa, composta por quatro cômodos, não apresentava sinais de arrombamento ou grande desordem — exceto o quarto do casal, que estava completamente revirado. Familiares contaram que Regino costumava guardar grandes quantias de dinheiro em uma gaveta de roupas íntimas. A gaveta estava aberta e desorganizada. Um cofre de moedas foi deixado para trás pelos criminosos.
A filha do casal informou à polícia que o pai havia repassado R$ 16 mil recentemente para o conserto do caminhão da fazenda, mas ainda estava com cerca de R$ 14 mil guardados em casa — valor que não foi localizado, indicando que o fazendeiro pode ter sido o alvo principal dos criminosos.
Um celular foi levado pelos autores, e outro foi encontrado abandonado próximo a uma cerca, fora da casa. A perícia também recolheu um roteador, um caderno com anotações de Regino e documentos pessoais dos dois homens. Já os documentos e cartões bancários de Maria Helena não foram localizados no imóvel, o que reforça a hipótese de que foram levados para possíveis movimentações bancárias. A filha informou que a mãe tinha aproximadamente R$ 14 mil em conta.
Os corpos foram liberados após os trabalhos da perícia e recolhidos por uma funerária e levados para o IML da cidade. O caso está sob investigação da 1ª Delegacia da Polícia Civil de Curvelo.
Vizinho e conhecido da família, o caseiro de uma fazenda próxima relatou que havia enviado mensagens a Regino desde quinta-feira, sem resposta.
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