O Partido Novo anunciou, nesta terça-feira (27), a expulsão do deputado estadual Bernardo Bartolomeo, mais conhecido como Bartô.
A penalização foi aplicada, segundo a legenda, devido à participação do legislador em um ato pró-Bolsonaro e de envolvimento do parlamentar na prisão de um homem suspeito de arremessar ovos contra os manifestantes, em Belo Horizonte.
"Mesmo sem provas ou um mandado judicial, o deputado acompanhou e endossou a autoridade policial, que adentrou o imóvel do cidadão, o algemou e o levou para prestar esclarecimentos na delegacia", destacou o comunicado do partido.
A decisão foi unânime entre os membros do Comitê de Ética do Novo. Bartô tentou recurso, mas foi negado. O comitê aponta que o parlamentar infringiu três artigos do estatuto do partido. O grupo também observou que deputado já havia sido advertido publicamente, em 2019, por ter ofendido uma mulher filiada à legenda.
Em nota, o político justificou sua presença no protesto por apoiar duas pautas defendidas pelos manifestantes: defesa da liberdade do trabalho e o voto eletrônico com impressão. Ele afirma ter sido “perseguido” pelo Diretório Nacional do Novo e alfinetou deizendo que o órgão “não representa em nada o partido e seus filiados”.
“Apesar de sair do partido, que ajudei a fundar, afirmo que continuarei seguindo sempre os valores e princípios que o NOVO defende, pois, não são valores somente do partido, são os valores liberais! Sou de direita, essa é a minha ideologia.”
Embora tenha sido expulso, Bartô mantém seu mandato como deputado estadual na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). Caso queira tentar a reeleição, ele precisa se filiar a um outro grupo seis meses antes das eleições de 2022.
Confusão
A confusão aconteceu no dia 1º de maio. Vídeo mostram a Polícia Militar algemando o analista de sistemas Felipe Cesário, de 32 anos, no apartamento onde mora no Centro de Belo Horizonte. Ele foi apontado como responsável por arremessar ovos em pessoas que participavam do ato em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas negou a prática. O detido também questionou a polícia pela falta de mandado de segurança para entrar no imóvel.
Na gravação, é possível ver Bartô acompanhando a ação dos militares do corredor do prédio. Na época, a Polícia Militar abriu um procedimento para apurar as circunstâncias da prisão.
No plenário da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), Bartô chegou a afirmar que os militares entraram na casa após autorização da família. O político teve sua filiação suspensa cerca de 10 dias após o fato.
*Estagiário do R7 sob a supervisão de Pablo Nascimento.