Os concessionários do Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, receberam da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), nesta segunda-feira (20), um ofício para que eles se mobilizem para a retirada do aeroporto. Empresas que atuam no local questionaram a decisão e falaram que não têm para onde ir. O Governo Federal confirmou, no dia 14 de março, a suspensão dos pousos e decolagens no aeródromo do Aeroporto Carlos Prates a partir do dia 1 de abril. A decisão ocorreu poucos dias após a queda de um avião, na mesma região, que matou uma pessoa. De acordo com Enedina Valverde, vice-presidente do Aeroclube do Estado de Minas Gerais, no ofício enviado aos concessionários, consta que os empresários já devem retirar os bens, equipamentos, mobiliários e recursos humanos até o dia 31 de março. Após o encerramento das atividades no local, a área do aeroporto será repassada à prefeitura da capital mineira, que apresentou um projeto de construção de casas populares, escolas, UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), e um parque municipal no local. Além disso, o espaço será utilizado para programas de indústrias não poluentes e logística.Futuro das empresas e funcionários A administração do Aeroclube que funciona no espaço do aeroporto se posicionou contrária à medida adotada pelo Governo. “Achamos um absurdo! Querem desapropriar o aeroporto para construção de parque? Habitação ocupacional? E os 500 empregos que o aeroporto oferece hoje? Os alunos em formação que já pagaram seus cursos, como dar sequência? As 120 aeronaves hangaradas, onde colocá-las?”, afirmaram, em nota. Segundo os responsáveis pelo Aeroclube, até o momento nenhum órgão envolvido na desativação do aeroporto os procurou. “O Aeroclube não tem para onde ir. A Pampulha não comporta e os outros aeroportos ficam inviáveis por serem muito distantes de BH”, disse a administração do clube de voo. Felipe Nardi, dono da Jazz Engenharia Aeronáutica, empresa que opera com manutenção de aeronaves dentro do aeroporto, se diz preocupado com o futuro das empresas que operam no local. Segundo ele, o risco de acidentes no local é estatisticamente baixo, e a suspensão das atividades gera mais prejuízo do que benefícios. Além disso, Felipe acredita que os estudantes de aeronáutica e futuros profissionais da área podem ser prejudicados pela retirada do aeroporto. O empresário argumentou que o local é importante para a história de Belo Horizonte e da aviação na cidade. A reportagem da Record TV Minas procurou a Infraero, responsável pelo Aeroporto Carlos Prates antes de ele ser repassado à Prefeitura de BH, e aguarda retorno. *Estagiário sob supervisão de Gabrielle Assis