Ex-assessora diz que não escolheu equipe de teletrabalho para vacina
Ex-chefe da comunicação da Secretaria de Saúde de MG se defende afirmando que selecionou apenas equipes presencial e híbrida
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
A jornalista Virgínia Cornélia da Silva, ex-chefe da assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde de Minas, negou que tenha selecionado para vacinação contra a covid-19 os membros da então equipe coordenada por ela que estavam em regime de home office.
A declaração foi dada durante depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que invetiga suposto fura-filas na Secretaria de Saúde, nesta terça-feira (4).
Durante a reunião, Virgínia explicou aos deputados que assumiu o cargo com toda a equipe em teletrabalho, mas iniciou um retorno paulatino dos servidores devido às altas demandas do setor. Ela afirma, no entanto, que ficou impedida de voltar com toda a equipe em função do memorando 7 da SES que autorizava a presença de apenas 50% de cada equipe para trabalho presencial. Virgínia alega que, com isto, precisou estabelecer rodízio entre os funcionários.
—Tenho várias pessoas que precisavam ir a campo, faziam presencial e faziam teletrabalho. Não dava para ir todo mundo todos os dias.
Segundo a ex-servidora, entre os trabalhadores no regime que ela chamou de híbrido, estariam os dois funcionários que foram citados em um áudio vazado no mês passado. Na gração, o ex-chefe de gabinete João Pinho discutia retirar a dupla do serviço remoto para evitar "questionamentos" dos investigadores sobre o caso dos fura-filas, uma vez que os dois já haviam sido imunizados.
— Eu fui exonerada no dia 15 de março de 2021. Se a partir deste dia voltaram ao teletrabalho, não cabe mais a mim. Fiquei surpresa com o áudio.
Virgínia, que aparece na lista de servidores vacinados por realizar trabalho em campo, confirmou que recebeu a primeira dose no dia 19 de fevereiro.
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Ela também responde um processo administrativo do Governo de Minas desde que a CGE (Controladoria-Geral do Estado) encontrou indícios de ilegalidades na vacinação de servidores da pasta. Segundo o órgão, foram identificadas inobservância de normas e da ordem de priorização dos grupos para vacinação, valimento indevido do cargo público e aplicação indevida de verbas públicas para os imunizantes da covid-19.