Fábrica de petiscos suspende produção para investigação sobre morte de cães
Polícia Civil de MG identificou substância tóxica em um dos produtos da Bassar Pet Food; ao menos nove animais morreram
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
A Bassar Pet Food, fabricante de petiscos para animais investigada por intoxicação e morte de cães, anunciou, nesta sexta-feira (2), a suspensão da produção da fábrica. A decisão foi tomada depois que Polícia Civil de Minas Gerais identificou a presença de uma substância tóxica em um dos produtos investigados.
Durante a tarde, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) já havia determinado o recolhimento das linhas Every Day sabor fígado e Dental Care em todo o país.
Segundo a Bassar, a interrupção na fábrica vai durar "até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos".
"A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo", completou a companhia em nota.
A fabricante destacou, ainda, que enviou amostras de produtos a laboratórios de referência nacional, para a avaliação da segurança dos alimentos. Declarou, ainda, que pediu a todos os fornecedores um rastreamento dos insumos utilizados no processo de produção.
"A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos", concluiu a empresa, que afirma não usar na fábrica o etilenoglicol, a substância tóxica encontrada em um dos produtos.
O etilenoglicol é um anticongelante tradicionalmente usado em algumas fábricas no processo de resfriamento. A substância é tóxica à saúde e pode levar à morte. Ela é um dos dois elementos que também contaminaram cervejas da marca mineira Backer, em 2020, causando ao menos dez óbitos.
O caso
As contaminações foram reveladas pela Record TV Minas na última sexta-feira (26). Ao menos nove cães morreram em Minas Gerais e São Paulo. Outros oito passaram mal e sobreviveram. Todos os casos são acompanhados pela Polícia Civil, já que, segundo os tutores, os cães de pequeno porte teriam consumido petiscos da Bassar.
Segundo a Polícia Civil, também há relatos de cães que apresentaram sintomas no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, no Paraná, em Santa Catarina, em Alagoas, em Sergipe e em Goiás. Entre os problemas informados estão convulsões, diarreia, vômito e prostração.
Um laudo inicial da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) apontou que alguns dos animais de Belo Horizonte tiveram comprometimento renal.
Veja as primeiras denúncias: