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Ministério da Agricultura determina recolhimento de petiscos suspeitos de intoxicar e matar cães

Produtos são das linhas Every Day sabor fígado e Dental Care, da marca Bassar Pet Food; há casos em vários estados

Minas Gerais|Pablo Nascimento e Ana Luisa Sales*, Do R7

Todos os cães mortos são de pequeno porte
Todos os cães mortos são de pequeno porte

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) determinou, na tarde desta sexta-feira (02), que a Bassar Pet Food recolha todos os lotes de duas linhas de petiscos para animais da marca vendidas no Brasil. O caso foi revelado pela Record TV Minas.

Os petiscos sob investigação são Every Day sabor fígado (lote 3554) e Dental Care (lote 3467). "O recolhimento dos produtos deve ser feito pela empresa, e os produtos devem ficar apreendidos nos armazéns da própria empresa", informou o Mapa em nota.

A decisão aconteceu após a polícia ter começado a investigar se os alimentos causaram a morte de ao menos nove cães em Minas Gerais e São Paulo. Um laudo da Polícia Civil, divulgado nesta sexta-feira, indicou a presença de monoetilenoglicol em um dos produtos.

A substância é um anticongelante tradicionalmente usado em algumas fábricas no processo de resfriamento. O produto é tóxico à saúde e pode levar à morte. Ele é um dos dois elementos que também contaminaram cervejas da marca mineira Backer, em 2020, causando ao menos dez óbitos.


Onde estão os casos

De acordo com a delegada Danúbia Quadros, das nove mortes, oito aconteceram em Minas Gerais (sete em Belo Horizonte e uma em Piumhi). A nona foi em São Paulo. Em Minas Gerais, a Polícia Civil foi notificada sobre outros oito cães, que também passaram mal e sobreviveram.


Ainda segundo Danúbia Quadros, a corporação foi informada de que moradores de outros sete estados e do Distrito Federal também têm cães com suspeita de intoxicação. A lista inclui Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe e Goiás.

Sintomas


Os tutores dos cães, todos de pequeno porte, relataram sintomas parecidos. São eles: convulsões, diarreia, vômito e prostração.

Um laudo inicial da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) apontou que alguns dos animais de Belo Horizonte tiveram comprometimento renal.

O exame realizado pelos pesquisadores da universidade mostrou ainda que o material encontrado no organismo dos cachorros indica uma possível intoxicação por monoetilenoglicol, também conhecido como etilenoglicol.

Resposta

Em nota, a Bassar Pet Food declarou que nunca usou etilenoglicol na fábrica. "Utilizamos apenas o propilenoglicol, um aditivo alimentar presente em alimentos para humanos e animais em todo o mundo. Reforçamos que o propilenoglicol utilizado pela Bassar em seus produtos é adquirido de fornecedores qualificados e renomados, os quais não fornecem somente para Bassar e sim para inúmeras indústrias no ramo alimentar para humanos e animais", pontuou.

A empresa ainda declarou que é a "maior interessada" no esclarecimento do caso e que tem sido solidária aos tutores dos pets, consumidores e parceiros.

"Nossa fábrica foi inspecionada por mais de uma vez nos últimos dias por funcionários do Ministério da Agricultura, que atestaram que a planta atende a todas as normas de segurança alimentar e de produção. Os laudos do MAPA comprovam, ainda, que não há contaminação na linha de produção", concluiu.

Os consumidores que tiverem dúvidas podem acionar a empresa, pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br.

* Estagiária sob supervisão de Pablo Nascimento

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