Gabriel Azevedo registra denúncia por ameaça contra secretário da Casa Civil de MG
Presidente da Câmara acusa Marcelo Aro de coagir e ameaçar vereadores caso votassem contra a abertura do processo de cassação
Minas Gerais|Do R7, com André Santos, da Record TV Minas
O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (Sem Partido), esteve na polícia neste domingo (03), para registrar Boletim de Ocorrência contra o Secretário da Casa Civil de Minas Gerais, Marcelo Aro. De acordo com Gabriel, ele e outros vereadores teriam sido ameaçados por Aro e aliados do secretário.
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Na denúncia, o presidente da Câmara acusa Marcelo Aro de coagir e ameaçar vereadores caso votassem contra a abertura do processo de cassação. Gabriel afirma também que durante a sessão da Câmara na última sexta (01), o ex-vereador Fernando Borja, que atualmente é assessor de Marcelo Aro, teria dito a ele, de forma ameaçadora, para renunciar.
Gabriel Azevedo ainda disse à polícia que um assessor do gabinete dele teria relatado que Marcelo Aro afirmou que iria acabar com o vereador e que teria os votos necessários para cassar o mandato do presidente da Câmara. Além de Gabriel, outros três vereadores procuraram à polícia para registrar denúncias contra o secretário: Gilson Guimarães (Rede), Loíde Gonçalves (Podemos) e Claiton Xavier (PMN).
O secretário negou que tenha pressionado e ameaçado vereadores e disse que Gabriel Azevedo perdeu o apoio político do grupo que o elegeu presidente da Câmara no início do ano.
"Gabriel está em uma situação que ele está completamente acuado. Ele sabe que cometeu inúmeras infrações que são passíveis de quebra de decoro parlamentar e, por consequência, a cassação de mandato. Como ele não tem resposta às acusações que está enfrentando, ele precisa criar uma cortina de fumaça, então ele decidiu me atacar, mas a briga não é entre mim e Gabriel. Gabriel perdeu a confiança dos colegas vereadores dele", afirmou Aro.
A reportagem procurou o ex-vereador Fernando Borja, citado no Boletim de Ocorrência, ele afirmou que não ameaçou Gabriel Azevedo e que também não disse ao presidente da câmara que ele deveria renunciar.
Entenda
Na última sexta-feira, os processos de cassação contra o presidente Gabriel Azevedo e contra o vereador Marcos Crispim (Podemos), começaram a ser discutidos no plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O afastamento de Gabriel da presidência também estava em pauta.
As discussões duraram aproximadamente seis horas, mas os pedidos não foram votados pelos vereadores. Ao fim da sessão, Azevedo se reuniu com outros vereadores aliados e afirmou que procuraria a polícia para denunciar Aro que, segundo o parlamentar, tem praticado ações para atrapalhar os trabalhos do legislativo.
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No fim da noite, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, acatando recurso do vereador, decidiu que Azevedo não pode ser afastado do cargo.
Nesta segunda-feira (04), os pedidos de abertura de cassação voltam a ser discutidos no plenário da Câmara. Enquanto esses pedidos não forem analisados pelos parlamentares, a pauta fica trancada, ou seja, nenhum outro projeto pode ser votado.