Gripe aviária: Governo de MG nega desabastecimento após descarte de 450 toneladas de ovos
Executivo mineiro destaca que ovos eram fecundados e não seriam para consumo; Estado não registrou presença do vírus até o momento
Minas Gerais|Bruno Menezes, do R7

O governo de Minas negou nesta segunda-feira (19) que o Estado possa sofrer com desabastecimento de produtos após o descarte de 450 toneladas de ovos, na região do centro-oeste.
A carga era oriunda da cidade de Montenegro, a 60 km de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, foco da gripe aviária. Os ovos descartados são fecundados, dessa forma, não seriam utilizados para consumo, mas para serem incubados e gerar novas aves. Por conta disso, não há risco de desabastecimento, os impactos ainda estão sendo estudados.
De acordo com o diretor técnico do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), André Duch, a ação preventiva e nenhum caso foi confirmado até o momento em Minas.
“Após o primeiro caso registrado no Rio Grande do Sul, o Ministério da Agricultura entrou em contato com o IMA para falar sobre a possibilidade de Minas ter recebido ovos do estabelecimento do Sul do país. De forma preventiva, entramos em contato com os produtores e, de acordo com o plano da influenza viária, começamos a fazer o descarte mesmo sem a certeza do positivo. É uma medida preventiva pra minimizar a chance de termos um caso positivo no Estado", afirma o diretor do IMA.
De acordo com nota expedida pelo governo de Minas, o processo de descarte dos produtos foi finalizado nesta segunda-feira e seguiu um processo rigoroso.
“Os itens a serem descartados passam por um processo inicial de desinfecção; depois, são enterrados e incinerados. Todas as medidas que estão sendo tomadas fazem parte do Plano de Contingência da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), firmado entre União, Estados e setor produtivo em 2022, quando surgiu o primeiro foco da doença na América do Sul”, explica a nota.
Transmissão para humanos
Apesar de toda a preocupação e as medidas de prevenção, a transmissão da gripe aviária para humanos pode até acontecer, mas as chances são baixas. O médico infectologista, Adelino Melo, explica que a exposição teria que ser grande e não tem como se infectar comendo ovos ou carne de frango.
“Nas aves, a transmissão se dá entre uma ave doente em contato com uma ave saudável. Na maioria das vezes a influenza aviária não traz risco para humanos, mas existem acasos documentados de transmissão de aves para pessoas. Essa transmissão não é fácil, não é imediata. Mas a pessoa que come ovos ou carne de frango não vai se infectar. Tendo o preparo, com cozimento, isso é eliminado. Os infectados, geralmente, são os produtores que tem contato com as aves”, pontuou o especialista.
O vírus da gripe aviária circula no mundo desde 2006, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa. No ano passado, o Brasil abateu mais de 6,4 bilhões de frangos e os três estados do sul do País lideram esse ranking: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Brasil é o maior produtor de frango do mundo e a China é o principal destino do frango brasileiro.
Até o momento, a União Europeia e outros doze países restringiram a compra de frango do Brasil.
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