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Investigação do ataque a Bolsonaro é prorrogada por mais 90 dias

Este é o segundo inquérito sobre o caso; Polícia Federal apura quem é o responsável pelo pagamento da defesa de Adélio Bispo de Oliveira

Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7, com Ezequiel Fagundes, da RecordTV Minas

O pedreiro Adélio Bispo confessou o crime
O pedreiro Adélio Bispo confessou o crime

O prazo para a conclusão do segundo inquérito que investiga o ataque ao presidente Jair Bolsanaro (PSL) foi prorrogado por mais 90 dias, a pedido da PF (Polícia Federal). A Justiça Federal em Juiz de Fora, a 283 quilômetros de Belo Horizonte, informou na tarde desta quarta-feira (23) que deixou a tomada de decisão para o MPF (Ministério Público Federal) em Minas Gerais.

A investigação prorrogada investiga quem é o responsável pelo pagamento da defesa de Adélio Bispo de Oliveira, agressor confesso do presidente, bem como o possível envolvimento de uma organização criminosa ou um grupo político no atentado.

De acordo com a Justiça Federal, o motivo por não ter se manifestado nem a favor nem contra a prorrogação do inquérito é "que, atualmente, não ocorre nenhuma situação legal que determine a atuação ou o controle judicial, isto é, a intervenção do Juiz para decidir sobre a última prorrogação de prazo solicitada pelo delegado".

Com isso, o juiz do caso apenas determinou que o inquérito fosse encaminhado para o Ministério Público Federal que, por sua vez, fará o encaminhamento do processo ao delegado da Polícia Federal. "Qualquer outro eventual pedido de prorrogação de prazo para conclusão das investigações será apreciado somente pelo MPF, ou seja, não mais retornará à Justiça Federal, exceto, friso, na hipótese de ser requerida uma nova medida cautelar de busca e apreensão ou de prisão preventiva de algum suspeito", informou o magistrado.


Leia também: Ataque a Bolsonaro: MPF é favorável a aumentar prazo de investigação

Especificamente sobre este pedido de dilação de prazo, à Justiça Federal explicou que não " há mais medidas cautelares em curso nesta vara federal, ou seja, as medidas cautelares que foram propostas no curso deste inquérito policial já foram deferidas e baixadas (isto é, encerradas), e não há indiciado preso, lembrando que Adélio Bispo de Oliveira (atualmente preso) não é indiciado neste segundo inquérito policial que apura eventual participação de terceiros no cometimento do atentado praticado contra Jair Messias Bolsonaro".


Pedido da PF

O delegado Rodrigo Morais Fernandes, responsável pela apuração, mandou para perícia em Brasília o telefone celular do advogado Zanone de Oliveira, apreendido durante operação na casa do defensor.


A PF segue tentando descobrir se há uma organização criminosa ou um grupo político por trás do crime. Para isso, tenta apurar quem financiou a defesa de Adélio Bispo, autor confesso do ataque. Em depoimento, Zanone se recusou a revelar quem paga pelos seus serviços alegando sigilo profissional.

Esse é o segundo inquérito aberto pela PF para investigar o atentado. No primeiro, os federais concluíram que Adélio agiu sozinho no dia do crime.

Na primeira investigação da PF sobre o caso, os agentes concluíram que Adélio Bispoagiu sozinhono dia do crime e por motivações políticas. Desta vez, um dos focos do inquérito é descobrir quem financia o advogado Zanone Manuel de Oliveira para atender o réu. Em depoimento, o defensor alegou sigilo profissional e não revelou quem paga pelo serviço.

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Relembre o caso

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi atingido com uma faca na região do abdômen durante um ato de campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, no dia seis de setembro de 2018. Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, foi preso em flagrante e confessou o crime em depoimento à polícia.

O suspeito foi encaminhado a um presídio de segurança máxima em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Após uma solicitação da defesa, a Justiça aceitou realizar exames para avaliar a saúde mental do detento, mas o resultado da perícia ainda não foi divulgado.

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