Minas investe R$ 5 bi na construção de 200 subestações de energia
Parceria entre Governo e Cemig prevê que todas as unidades serão energizadas até 2027; projeto deve zerar restrições na distribuição
Minas Gerais|Célio Ribeiro*, do R7

O Governo de Minas e a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) vão investir R$ 5 bilhões na construção de 200 novas subestações de distribuição de energia no Estado. A informação foi confirmada pelo governador Romeu Zema (Novo) e pelo diretor-presidente da companhia, Reynaldo Passanezi Filho durante o lançamento do projeto Mais Energia, nesta quinta-feira (23).
O objetivo do pacote de investimentos é reforçar o sistema elétrico, que já estaria no limite, e garantir a ampliação do fornecimento de energia para a população. A expectativa é que 22 subestações já sejam energizadas até o fim deste ano e, em 2022, mais 58.
As 200 subestações serão totalmente energizadas até o fim de 2027. Atualmente, Minas conta com 415 unidades, sendo que cerca de 125 estão com restrição de carga energética. Com o aumento no número de estações, a expectativa é que, até 2027, não haja mais locais com restrição de carga.
O projeto Mais Energia prevê, no total, R$ 22,5 bilhões em investimentos na modernização do sistema de energia elétrica e também do gás. O governador Romeu Zema ressaltou que, ao contrário de anos anteriores, o investimento da Cemig será focado em Minas Gerais.
— Sabemos que nos últimos anos os investimentos da Cemig, de forma infeliz e errada, foram direcionados para o Rio de Janeiro, Bahia e Amazonas, e o nosso parque de transmissão e distribuição ficou completamente comprometido e sucateado. Minas Gerais deixará de ter como fator que restringe o desenvolvimento o fornecimento de energia elétrica.
Crise hídrica
O anúncio do projeto Mais Energia aconteceu um dia após Zema confirmar que algumas regiões do Estado poderiam ficar sem energia ‘a qualquer momento’. Segundo o governador, o sistema de fornecimento de eletricidade opera ‘no limite’ e, atualmente, todas as usinas termelétricas já estão em operação para apoiar no abastecimento da população.
Também na quinta-feira (23), o Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) anunciou que vai providenciar a elaboração do Plano Mineiro de Segurança Hídrica, que vai orientar a gestão dos recursos hídricos do Estado. O relatório só deve ficar pronto no fim de 2022 e o órgão ainda não confirmou se uma empresa de consultoria já foi contratada.
O Brasil enfrenta uma crise hídrica causada, entre outros motivos, pelo baixo volume de chuvas nos reservatórios. Desde junho, o preço da energia elétrica vem sofrendo reajustes e cobranças de tarifas adicionais para compensar o custo de acionamento das usinas termelétricas.
A usina de Furnas, por exemplo, já está com o volume de água próximo ao mínimo para o funcionamento e algumas cidades da Bacia do Rio Suaçuí Grande já sofrem com a limitação da captação de água. Municípios de Minas e do Rio de Janeiro chegaram a sofrer um apagão no último sábado (18), mas a ONS (Operador Nacional do Sistema) informou que o caso não tem relação com a crise hídrica.
*Estagiário do R7 sob a supervisão de Flávia Martins y Miguel.