Com a expectativa de grande volume de chuva nos próximos dias, moradores do entorno do ribeirão Arrudas, em Belo Horizonte, começaram a se mobilizar para evitar prejuízos.
No bairro Betânia, na região Oeste da capital, algumas casas já estão com chapas de metal para impedir que as enxurradas invadam as casas. Uma das moradoras do bairro, Rita Fernandes, conta que perdeu praticamente tudo no início do ano e, desde então, já gastou mais de R$ 10 mil em reformas e em segurança.
— Eu sou aposentada e fiquei endividada com esses gastos aqui. Às vezes a gente tira até o dinheiro da comida para gastar.
Na parede de casa, Rita observa as marcas de cada uma das enchentes que já atingiram sua residência desde que ela se mudou para o bairro, há 22 anos. Ela conta que morava no bairro Gameleira, na região Oeste da capital, mas foi desapropriada pelo Governo de Minas.
— Eu não tinha dinheiro para comprar outra casa e nem podia pagar aluguel em outro lugar. Eles me deram esta casa e eu tive que vir aqui.
Surpresa
A aposentada Berta Oliveira mora no bairro Betânia há cerca de um ano. Desde então, já passou por cerca de quatro enchentes. As inundações que atingiram o primeiro andar da casa obrigaram ela a reformar o espaço e comprar móveis novos. Para ela, as enchentes foram uma surpresa desagradável.
— Eu comprei a casa porque eu não sabia que isso acontecia aqui.
Obras
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que existem obras em andamento que devem reduzir o risco de inundações na região da avenida Tereza Cristina. Em abril, teve início a construção de uma bacia de contenção no Bairro das Indústrias, que terá a capacidade de armazenar 120 milhões de litros de água e liberar o volume aos poucos, evitando uma sobrecarga no ribeirão Arrudas.
Apesar disso, o líder comunitário e agente socioambiental Gladston Reis afirma que as medidas de prevenção contra enchentes ainda não são suficientes para proteger os moradores da região.
— Tanto a prefeitura quanto o Governo de Minas precisam fazer obra não só aqui, mas em outros córregos da capital. São obras que ainda nem foram planejadas, mas que seriam de extrema importância.