Moradores fazem mais um protesto contra a Vale em Brumadinho (MG)

Moradores fecham a entrada da cidade de Brumadinho

Sueli Araujo/Arquivo Pessoal

Ao menos 100 moradores realizam mais um protesto contra a mineradora Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira (22). Este é o sexto ato realizado contra a empresa nas últimas duas semanas.

Sueli Araujo, de 43 anos, explica que os moradores continuam reivindicando pela continuidade do pagamento emergencial temporário concedido pela Vale em função do rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão.  Os manifestantes também reclamam da água recebida na comunidade.

— A nossa água, que eles dizem ser potável, não está em boa qualidade. Tem crianças e idosos doentes devido à água que nos servem. 

Os manifestantes prometem continuar com os atos até chegarem a uma decisão com a Vale.

— Nós vamos continuar manifestando hoje, amanhã, depois, até que a mineradora nos dê uma resposta concreta sobre o assunto. Vamos protestar na sede da Vale aqui na cidade.

Os moradores fecharam a entrada da cidade com faixas e cartazes contra a mineradora. O protesto gera reflexos no trânsito para quem chega a Brumadinho pela rodovia MG-040.

A reportagem entrou em contato com a Vale para comentar sobre a série de protestos que acontecem em Brumadinho e aguarda retorno. 

A reportagem também entrou em contato com a Copasa, que é a fornecedora de água no município, para saber se irão comentar sobre a qualidade da água na cidade e aguarda retorno.

Série de protestos

Desde a última sexta-feira (16), moradores de vários bairros da cidade de Brumadinho estão realizando protestos contra a Vale. 

No ato de sexta, moradores do bairro Parque da Cachoeira protestaram contra a mineradora em razão de duas trincas que foram descobertas pela mineradora no que restou da estrutura da barragem B1, que se rompeu em 2019. Ao menos 60 pessoas participaram do ato. 

A última manifestação foi feita nesta quarta-feira (21). Cerca de 30 moradores do bairro Dom Bosco, também em Brumadinho, realizaram um protesto para cobrar o pagamento do auxílio emergencial da empresa e indenizações pelo rompimento da barragem. 

Audiência

O Governo de Minas, a Vale e o Ministério Público Estadual participam de uma audiência de conciliação, nesta quinta-feira para negociar os valores que a empresa deve pagar ao Estado para ressarcir os cofres públicos em relação à tragédia.

Inicialmente, o Estado pediu R$ 58 bilhões, sendo R$ 26 bilhões referentes aos danos econômicos sofridos e outros por danos morais coletivos e sociais. A negociação não inclui as indenizações para as vítimas.

Tragédia Brumadinho

A barragem B1 da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019. A tragédia deixou 259 pessoas mortas e 11 ainda seguem desaparecidas. O Corpo de Bombeiros continua os trabalhos para tentar encontrar os corpos que ainda estão desaparecidos. 

*Estagiário do R7 sob supervisão de Pablo Nascimento