MP pede à Justiça quebra de sigilo bancário de sócios da Backer
Ministério Público quer descobrir se diretores da cervejaria tentaram ocultar o patrimônio em meio às investigações sobre contaminação de cerveja
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
O Ministério Públicou pediu à Justiça, nesta quinta-feira (18), a quebra do sigilo bancário dos diretores da cervejaria Backer e de outras empresas do grupo. O objetivo é verificar se os sócios realizaram manobras financeiras para ocultar patrimônio.
O pedido partiu da 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte. Durante as investigações realizadas pela Polícia Civil a Justiça chegou a determinar que os nomes dos sócios constassem no processo.
Na ocasião, a Justiça concluiu que havia indícios de fraude já que dois sócios da Backer tentaram retirar nomes de empresas do grupo como forma de dificultar o acesso ao patrimônio da empresa. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 50 milhões da cervejaria.
Ao menos 29 pessoas foram reconhecidas no inquérito policial como vítimas de intoxicação por dietlenoglicol após ingerir cervejas da marca Belorizontina, da Backer. Oito pessoas morreram.
Em nota enviada à reportagem, a Backer disse que "se manifestará nos autos quando intimada a se pronunciar sobre qualquer despacho". A empresa também disse que refuta as alegações, "uma vez que inexiste qualquer grupo econômico ou prática de ocultação de bens. Trata-se de afirmação completamente desprovida de qualquer veracidade e fundamentação, uma vez que a empresa sempre cumpriu todas as suas obrigações legais".
Ainda conforme o texto, a empresa reafirma que vai honrar "com todas as suas responsabilidades junto à Justiça, às vítimas e aos consumidores".
Investigações
No dia 9 de junho, cinco meses após o início das investigações, a Polícia Civil concluiu o caso e indiciou os três diretores da empresa, sete funcionários e mais uma testemunha que mentiu em depoimento.
Os investigadores concluíram que furos nos tanques de produção da fábrica, em Belo Horizonte, causaram a contaminação com os anticongelantes monoetilenoglicol e dietilenoglicol. Segundo o delegado Flávio Grossi, responsável pelo caso, em um dos equipamentos havia falha na solda.