Mulher que matou síndica na noite de Natal é condenada a 16 anos
Júri concluiu que Ludmila da Silva foi morta por motivo fútil após discussão sobre barulho no apartamento da vizinha; crime aconteceu em 2017
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Uma mulher foi condenada a 16 anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato de sua vizinha na noite de Natal, após reclamação por causa de barulho. O crime aconteceu em 2017 em um prédio do bairro Parque São João, em Belo Horizonte.
De acordo com a denúncia, Ludmila Rivas da Silva, que era síndica do prédio, levou uma facada da agressora depois de ter ido, pessoalmente, no apartamento da vizinha para reclamar de barulho.
As duas chegaram a discutir e, após a agressão, a síndica foi levada para um hospital na capital mineira mas não resistiu ao ferimento. Testemunhas informaram que vizinhos apareceram em seguida para auxiliar a vítima, mas a agressora tentou fugir, com o filho de dois anos de idade no colo.
O julgamento começou na manhã desta segunda-feira (15), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, e durou mais de oito horas. A maioria dos sete jurados votou a favor da tese da acusação e descartou a tese da defesa, de homicídio culposo e privilegiado, quando o acusado age por violenta emoção.
Defesa
A defesa da agressora tentou convencer os jurados que a acusada não era violenta, mas que estava passando por um período de estresse e pressão, porque o companheiro não mais convivia com ela e ela estava cuidando sozinha do filho que tinha problemas auditivos. Outro argumento foi de que ela era perseguida pela síndica e que não teve intenção de cometer o assassinato.
Ameaça
A mulher também foi condenada a dois meses de prisão por ameaçar um outro vizinho de apartamento. Marcos César, que foi uma das testemunhas no julgamento, disse que foi ameaçado pela agressora, que havi prometido "fazer o mesmo" com quem tentou segurá-la no momento em que ela tentou fugir. Os vizinhos conseguiram imobilizá-la até a chegada da Polícia Militar.
A mulher está presa na Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, desde a data do assassinato. Assim, a pena definitiva ficou em 14 anos, oito meses e nove dias.