A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito nesta quinta-feira (1º) para investigar ameaças sofridas pela presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Nely Aquino (PRTB) e seu filho, de apenas seis anos de idade e o 2º vice-presidente da Casa, Jair di Gregório (PP). Segundo a parlamentar, ela recebeu mensagens com vídeo em que seu filho aparece e sugere que está sendo monitorado. A ameaça foi feita nesta quarta-feira (31), véspera da votação de cassação de mandato do vereador Cláudio Duarte (PSL). — Eu sou uma mãe e meu filho é uma criança de seis anos. Não dormi esta noite e estou extremamente abalada. Vou passar por cima, mas a preocupação com o filho, que já era grande, ele já vinha sendo cuidado pela Câmara, aumentou quando eles chegaram a ter a ousadia de me encaminhar esse vídeo e demonstrando que eles estavam, realmente, cumprindo com as ameaças, que era acompanhar a rotina do meu filho. Nely recebeu a Polícia Civil na Câmara e registrou boletim de ocorrência sobre as ameaças. O vereador Jair de Gregório recebeu mensagens de áudio com ameaças para que ele não votasse contra o pedido de cassação de Cláudio Duarte. Segundo ele, sua filha também recebeu diversos comentários em suas redes sociais. A sessão que resultou na cassação de Cláudio Duarte por quebra de decoro parlamentar durou quase quatro horas. Ele perdeu seu mandato por 37 votos a favor e nenhum contrário. Denúncia O plenário acatou o relatório assinado pelo vereador Mateus Simões (Novo), que pedia o afastamento de Duarte baseado em três argumentos principais: prática de "rachadinha", quando o agente público fica com parte dos salários de funcionários de seu gabinete; contradição em depoimentos prestados à Polícia Civil e à comissão processante; e por ter sido preso. O vereador Cláudio Duarte foi preso temporariamente em abril durante uma operação da Polícia Civil que investigava a prática de "rachadinha" comandada por ele em seu gabinete. Duarte é vereador pelo primeiro mandato. Ele foi indiciado por três crimes: peculato, organização criminosa e obstrução de Justiça. Em maio, uma comissão processante composta por três vereadores foi constituída para avaliar a situação de Duarte. Por unanimidade, o colegiado pediu a cassação do parlamentar. Em razão da investigação, o vereador foi afastado de seu mandato durante 60 dias e retomou o trabalho na Câmara no começo de junho.