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Polícia descarta sabotagem em caso de cervejas contaminadas em Minas

Investigação chega ao terceiro mês com peritos trabalhando para esclarecer se houve vazamento em tanques e possível negligência da empresa

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Pacientes morreram após consumo
Pacientes morreram após consumo Pacientes morreram após consumo

A Polícia Civil descartou a possibilidade de sabotagem no caso da contaminação de bebidas da cervejaria Backer, que pode ter provocado a morte de pelo menos nove pessoas.

A informação foi divulgada pela corporação, nesta quarta-feira (8), durante um balanço sobre os três meses de investigação.

De acordo com o delegado Flávio Grossi, os peritos trabalham para descobrir se havia vazamento nos tanques de produção da fábrica e se houve uma possível negligência por parte da empresa.

O inquérito apura intoxicações que podem ter ocorrido entre o início de 2018 e o começo de 2020. Além das mortes suspeitas, outras 33 pessoas podem ter ficado doentes pelo consumo de cervejas do rótulo Belorizontina.

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Leia também: Justiça aumenta para R$ 50 mi os bloqueios de bens da Backer

Ainda segundo o delegado Flávio Grossi, embora a empresa tenha declarado que não comprou o dietilenoglicol, uma das substâncias encontradas nas bebidas, o material foi achado na fábrica.

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— Neste momento, o que eu posso falar é que existia o dietilenoglicol, quimicamente comprovado, e que ela [a Backer] não comprou ou comprou pensando ser monoetilenoglicol (sic).

O delegado destacou ainda que a Backer, como empresa, não pode ser condenada penalmente pelo caso. As pessoas indicadas como responsáveis pela contaminação, no entanto, podem responder ao processo, incluindo os donos da fábrica.

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— Todos os envolvidos na produção cervejeira são passíveis de ser investigados.

A Polícia Civil ouviu, até o momento, 66 pessoas, entre vítimas, testesmunhas e investigados. Grossi defendeu que as investigações correm em um ritmo esperado para a complexidade do caso e afirmou que o inquérito deve ser concluído em breve.

Resposta

Por meio de nota, a Backer informou que "espera que as autoridades concluam as investigações o quanto antes e que forneçam respostas definitivas sobre o que ocorreu. Exceto a confirmação, dada pelo delegado do caso, de que a Backer jamais adquiriu dietilenoglicol, nenhuma informação oficial sobre o resultado das perícias técnicas foi comunicado à empresa até este momento". 

Relembre o caso

A Polícia Civil e o Ministério da Agricultura começeram a investigar o caso em janeiro deste ano, após consumidores da cerveja Belorizontina desenvolverem insuficiência renal e problemas neurológicos, como paralisias e perda de visão.

Após a abertura do inquérito, os peritos encontraram vestígios de dietilenoglicol e monoetilenoglicol nas cervejas de alguns dos rótulos produzidos pela companhia. As substâncias são anticongelantes usados em fábricas para resfriamento e são tóxicas.

Durante a apuração, a fábrica da Backer, em Belo Horizonte, foi fechada e os produtos da marca foram recolhidos do mercado, inclusive as bebidas enviadas a outros Estados como São Paulo, Espírito Santo e ao Distrito Federal.

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