Polícia descarta solvente em cerveja de PM morto em Juiz de Fora (MG)
Peritos tentam identificar o que provocou óbito; hospital sugeriu intoxicação com produto usado na fabricação de tintas
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
A substância tóxica que pode ter provocado a morte de um policial militar reformado em Juiz de Fora, a 280 km de Belo Horizonte, no último mês de maio, não foi encontrada nas amostras de cerveja recolhidas na casa da vítima.
A conclusão foi feita pela perícia da Polícia Civil, nesta sexta-feira (11). O produto, conforme mostrado pela reportagem, é um solvente usado na fabricação de tintas e baterias de lítio.
Os peritos também analisaram se nas garrafas havia traços dos anticongelantes monoetilenoglicol e dietilenoglicol, que matou clientes da cervejaria Backer que consumiram produtos contaminados, mas não foi dectada a presença das substâncias.
Agora, os investigadores trabalham para descobrir o que provocou ao óbito de Antônio Paulo dos Santos, de 61 anos. "O Inquérito Policial aguarda a conclusão do Laudo de Necropsia e as investigações seguem em andamento para apurar a causa e as circunstâncias da morte da vítima", informou a Polícia Civil.
Investigação
As cervejas analisadas são da marca Brussels. A Vigilância Sanitária recolheu para perícia duas latas que estavam na casa de Santos, após sua esposa relatar à polícia que o marido comprou os produtos e consumiu outras duas latas dois dias antes de começar a passar mal. A mulher também disse que o companheiro comeu uma feijoada fora de casa.
Santos ficou internado com quadro de insuficiência renal durante 14 dias antes de morrer. O diretor do Hospital Albert Sabin relatou em um boletim de ocorrência que uma biópsia inicial aponta possível intoxicação pela substância chamada dimetil glicol, solvente usado em fábricas de tintas.
Após a repercussão do caso, a Cervam, fabricante da Brussels na cidade de Cláudio, a 141 km de Belo Horizonte, destacou que a empresa não utiliza a substância citada pelo médico. Na época, o Mapa (Ministério da Agricultura e Agropecuária) informou que não via relação entre o óbito e o consumo da bebida e, assim, não iria suspender a fabricação ou venda da cerveja.