Polícia prende suspeita de espalhar boato sobre morte de jovem em BH
Moradora da capital mineira teria dito que adolescente foi atropelado por carro da PM, mas o jovem foi vítima de overdose
Minas Gerais|Virgínia Nalon, da Record TV Minas
Uma mulher foi presa suspeita de compartilhar um boato que provocou um protesto neste domingo (26), no bairro Alto Vera Cruz, na região Leste de Belo Horizonte.

A informação falsa, divulgada em um aplicativo de mensagens, afirmava que um jovem de 17 anos teria morrido em um acidente provocado por uma viatura da Polícia Militar. No entanto, segundo os militares, a vítima teria passado mal após sofrer uma overdose.
A polícia contou que o jovem foi levado desacordado para uma unidade de saúde por dois amigos, mas não resistiu. Os colegas relataram ter usado drogas com a vítima durante a tarde e à noite. Uma enfermeira da equipe médica atendeu o jovem confirmou que a vítima não tinha ferimentos no corpo.
O major da PM, Adeir Moreira, afirmou que se o acidente tivesse acontecido, o veículo policial seria facilmente localizado, já que as viaturas possuem GPS, mas a polícia descobriu que nenhum dos carros da corporação passou pelo endereço onde a vítima teria sofrido a queda.
— E também por conta do padrão de procedimento que a PM tem. É completamente inconcebível no nosso meio acreditar que um policial vai presenciar qualquer pessoa se chocando contra a viatura dele, caída, desacordada e vai virar as costas e ir embora.
A mensagem com o boato ainda apontava o envolvimento de uma sargento da PM na morte da vítima. Para o major, isso é feito para desencorajar o militar a continuar atuando no local e não é a primeira vez que acontece.
— É uma conduta irresponsável sob qualquer perspectiva que a gente analisar: contra os policiais, familiares da pessoa que faleceu, população ordeira e incita outras pessoas que não têm envolvimento direto a comprar uma mentira, se inflamar com ela e depois criar desordem.
Protesto
Vídeos mostram a confusão durante manifestação dos moradores do bairro. Barricadas com pneus foram colocadas nas ruas e um ônibus foi depredado com tijolo e pedaço de madeira.
O grupo ainda teria atirado pedras contra policiais que tentavam controlar a situação. Para afastar os manifestantes, os militares usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
De acordo com a polícia militar, a moradora confessou ter divulgado o boato e foi levada para a delegacia.