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Reunião com denúncia de assédio contra vereador termina com pancadaria em Brumadinho (MG)

Homem que relatava o suposto crime foi agredido por um apoiador do então parlamentar, que renunciou ao cargo durante a sessão

Minas Gerais|Virgínia Nalon, da Record TV Minas

Um apoiador do agora ex-vereador Guilherme Morais, de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, agrediu um pastor durante uma sessão da Casa Legislativa, na noite da última quinta-feira (23). Durante a confusão, a vítima denunciava um caso de assédio sexual supostamente competido por Morais. A confusão foi registrada em vídeos.

A reunião do dia iria debater um pedido de cassação do mandato de Morais. Na abertura da sessão, o parlamentar renunciou ao cargo. Na sequência, um homem identificado como pastor Marcelo Rodrigues foi até a tribuna fazer uma denúncia contra Morais.

"Eu quero pedir aos parlamentares que averíguem a denúncia que eu protocolizei aqui na casa, acerca do assédio sexual, contra o vereador que foi até expulso do seu partido hoje”, disse.

O pastor ainda não havia terminado de falar quando as pessoas se manifestaram e um homem de boné se levantou e tomou o microfone dele.


Quando retomou a palavra e dava testemunho do suposto caso de abuso sexual que envolvia o então vereador, o pastor foi interrompido novamente — dessa vez, com um soco por um apoiador do ex-vereador, identificado como Sirleno Gonçalves. Ele teve um corte na boca e por pouco não teve um dos olhos atingidos.

Pastor estava na tribuna e fazia uma denúncia contra o ex-parlamentar
Pastor estava na tribuna e fazia uma denúncia contra o ex-parlamentar

Momentos depois, o homem que acusa Guilherme Morais de abuso, quando tinha 17 anos, pediu para falar no plenário. Acompanhado pela mãe, ele exigiu que o ex-parlamentar assumisse o crime.


Nervosos com as denúncias, parentes de Morais iniciaram uma nova briga. Um primo do ex-vereador precisou ser contido e algemado por policiais. Quando o homem foi retirado da sede, o pai do ex-parlamentar, que foi policial civil, teria tentado intervir na ação da PM (Polícia Militar).

Os envolvidos no tumulto foram levados para a Delegacia de Ibirité, também na região metropolitana de Belo Horizonte. Eles passaram a madrugada prestando depoimento. Os parentes e apoiadores do ex-vereador foram ouvidos e liberados. Eles devem responder pelos crimes de resistência, ameaça e lesão corporal. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a participação de outras pessoas na confusão.


Resposta

Na saída da delegacia, os apoiadores e parentes do ex-vereador não quiseram comentar o ocorrido. Nenhum advogado de defesa deles foi encontrado.

O ex-parlamentar afirma que vinha sendo perseguido e ameaçado e acusa o prefeito de pagar vereadores para votar a favor do executivo. O prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo Barcelos, repudiou os atos de violência registrados na Câmara Municipal e disse que a acusação feita contra ele, por Morais, é vazia. O prefeito ainda lamentou que o ex-parlamentar não quis se defender das acusações e preferiu renunciar ao mandato.

O ex-vereador Guilherme Morais foi expulso do PV (Partido Verde) por supostos desvios éticos, entre eles uma festa de aniversário durante o período de isolamento social pela pandemia de Covid-19. O processo administrativo interno aguardava a defesa, que não se manifestou no prazo regimental de 15 dias. Guilherme Morais foi o vereador mais votado nas eleições de 2020 em Brumadinho, com 1.041 votos.

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