Risco de rompimento de barragem afasta visitantes de cidade turística
Comerciantes de Macacos (MG), conhecido reduto de cachoeiras e trilhas, a 25 km de Belo Horizonte, lamentam cancelamentos e fuga de turistas da região
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7, com Record TV Minas
A ameaça de rompimento da barragem de uma barragem da Vale no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, em Nova Lima, na Grande BH, afeta bruscamente a economia da comunidade.
No último domingo (17), cerca de 170 moradores da região foram surpreendidos por uma sirene de alerta e precisaram deixar suas casas. A remoção aconteceu após uma empresa de auditoria se negar a atestar a estabilidade das barragens B3 e B4, da Mina Mar Azul.
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A comunidade, procurada por turistas de várias partes do país, tem ficado vazia. Jaime Gomes dos Santos, dono de um restaurante em Macacos, reclama da fuga dos clientes. O estabelecimento não está na rota da lama, mas o medo fez os clientes sumirem.
— Eu pago faxineira, cozinheira e garçons. Onde eu vou encontrar dinheiro para isso?
Morador da cidade há 30 anos, Santos foi um sobrevivente da tragédia de 2001, quando uma barragem se rompeu e provocou a morte de 5 pessoas. Ele ficou 40 minutos debaixo da lama e a sirene que tocou no último sábado fez o comerciante reviver um pesadelo.
— Foi uma sensação horrível.
Desde que a sirene foi tocada, os donos de hotéis e pousadas têm recebido ligações de cancelamento das reservas. Ronaldo Apáricio Rodrigues conta que já perdeu hóspedes previstos para o Carnaval.
— Já tivemos 50% de desistência do carnaval. Agora, vou ter que devolver todo o dinheiro.