UFMG pressiona por desbloqueio do orçamento para poder pagar contas
Reitora da universidade diz que, até agosto, conseguiu honrar com compromissos, mas que situação ficará difícil a partir desse mês
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
Com R$ 64 milhões bloqueados desde o mês de maio, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) corre o risco de deixar de pagar as contas a partir desse mês. O alerta foi feito pela reitora Sandra Regina Goulart de Almeida nesta quarta-feira (4), em nota publicada no site da instituição.
“Até agosto conseguimos honrar os compromissos, mas a partir de setembro a situação orçamentária ficará cada vez mais difícil, caso o MEC não libere os recursos que originalmente estavam previstos para a Universidade”, explica a reitora.
Segundo a UFMG, nesse quadro de agravamento da situação financeira da instituição, a universidade irá priorizar as atividades fins, como ensino, pesquisa e extensão. "Serão preservados o pagamento de bolsas estudantis implementadas pela UFMG e os contratos de terceirizados para assegurar o funcionamento da Instituição", diz o texto.
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Conforme a Lei de Orçamento Anual de 2019, a UFMG teria à disposição R$ 215 milhões. Em maio, mais de um terço desse valor foi bloqueado e, na última segunda-feira (2), a instituição conseguiu desbloquear 7% da verba.
A Universidade informou, ainda, que mantém contato com o Ministério da Educação, deputados federais e associações para conseguir desbloquear a verba contingenciada. Citando o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, a UFMG disse que há expectativa de que haja desbloqueio em parte dos recursos a partir deste mês e que o orçamento para o ano que vem deve ser semelhante ao deste ano.
Economia
De acordo com a UFMG, desde o anúncio dos cortes, em maio, a universidade adotou medidas para reduzir os gastos com custeio do campus Pampulha, em Belo Horizonte, e outros campi da universidade.
Dentre os cortes, estão o cancelamento de editais internos para melhoria de equipamentos e infraestrutura, economia do uso de água e energia elétrica, além do ar-condicionado, redução de gastos com viagens e diárias. Na última semana, a universidade também interrompeu a circulação de uma linha interna de ônibus, que ligava as diferentes unidades no campus Pampulha.