Vale pede e Justiça proíbe protestos de moradores de Brumadinho (MG)
Decisão entende que as manifestações atrapalham o andamento das obras de reconstrução da cidade; moradores estarão sujeitos a multa de R$ 5 mil
Minas Gerais|Antonio Paulo, da RecordTV Minas e Luíza Lanza*, do R7
Uma decisão judicial proibiu, nesta terça-feira (9), que moradores de Brumadinho, município da região metropolitana de Belo Horizonte afetado pelo rompimento de uma barragem em 2019, façam protestos contra a Vale.
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O pedido foi feito pela mineradora e acatado pela juíza do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), Renata Nascimento Borges. Segundo a ordem judicial, cada morador que participar de protestos contra a Vale nas rodovias que dão acesso a Brumadinho estará sujeito a uma multa de R$ 5 mil.
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De acordo com a liminar, as manifestações atrapalham o andamento das obras de reestruturação na cidade, impedindo deslocamentos de funcionários contratados pela mineradora. A Justiça autorizou a retomada da reestruturação de Brumadinho em maio.
O risco de transmissão do novo coronavírus, potencializado pelas aglomerações, também é citado como argumento para a proibição. A decisão ainda cabe recurso.
Em nota, a Vale afirmou que "respeita todas as formas de manifestação e discute no Judiciário apenas as questões que podem comprometer a segurança das pessoas, inclusive trabalhadores, bem como a continuidade de atividades essenciais à população atingida, como as obras para captação de água e os cuidado com animais". A empresa reforçou, ainda, seu objetivo de "atuar de forma rápida na reparação e compensação dos impactos causados pelo rompimento e o atendimento às pessoas impactadas".
Tragédia
O rompimento da barragem da Vale deixou 259 mortos e 11 desaparecidos em 2019. O Corpo de Bombeiros vai retomar as buscas pelos corpos em Brumadinho, que estavam paralisadas por causa da pandemia, a partir da próxima semana.
*Estagiária do R7 sob a supervisão de Lucas Pavanelli