A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News tem outra sessão que promete polêmicas nesta quarta-feira (19). Por requerimento do deputado Rui Falcão (PT-SP), devem ser ouvidos nesta quarta-feira (19) os proprietários da empresa de marketing digital Yacows, Flavia Alves e Lindolfo Antonio Alves Neto.
Eles são ex-chefes de Hans River do Rio Nascimento, que na semana passada, na mesma comissão, fez acusações contra a repórter do jornal Folha de S.Paulo, Patrícia Campos Mello.
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A Yacows ganhou o noticiário por ser acusada em reportagem da Folha de estar entre as empresas que fizeram, com recursos próprios, impulsionamento de conteúdos contra o Partidos dos Trabalhadores durante as eleições de 2018, o que poderia ser considerado doação não declarada à campanha de Jair Bolsonaro.
Entre as agências prestando esse tipo de serviços estariam ainda, segundo a Folha, as empresas Quickmobile, Croc Services e SMS Market.
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Durante seu tumultuado depoimento, no dia 12, Hans River afirmou que a Yacows era ligada ao PT e recebeu dinheiro do partido, disse que o deputado Rui Falcão o chamou de "favelado" por causa da cor de sua pele e acusou a repórter da Folha de se insinuar sexualmente para conseguir informações sobre a campanha eleitoral.
Os parlamentares bateram boca diversas vezes com o depoente, que após a sessão foi expulso do PTB.
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Em sua argumentação para convocar os donos da empresa de marketing, Falcão afirmou que "a Yacows é suspeita de utilizar dados fraudulentos, como nomes e CPFs sem autorização, para registrar em aplicativos de mensagens e possibilitar o disparo em massa de informações falsas em benefício de determinado candidato político".
A reportagem buscou a Yacows para confirmar a participação de seus dois proprietários na CPMI, mas a atendente disse que não poderia passar tais informações.