Dolphin Mini: teste com o elétrico mais em conta da BYD
Por R$ 115,8 mil, elétrico roda mais de 315km na cidade com uma carga e tem boa lista de itens de série
Lançado no início deste ano, o BYD Dolphin Mini estreou com uma pretensão de quebrar paradigmas na eletrificação. Seu preço equivale ao de um hatch 1.0 turbo ou menos com desempenho equivalente em torque com mais equipamentos em muitos casos. Mas vale a pena apostar em um carro elétrico com essa proposta?
Meses após o lançamento o R7-Autos Carros testou o Dolphin Mini por uma semana experimentando as condições de tráfego especialmente na cidade, condições e tempo de carga e também dirigibilidade e os itens de série oferecidos.
Além do visual futurista, o Dolphin Mini mescla conceitos de monovolume mas é bem compacto. O carro tem seus 3.780mm de comprimento (10cm mais longo que um Renault Kwid), 1.580mm de altura e 1.715mm de largura além do entre eixos curto de 2,500mm. Esta, porém, é a versão que leva quatro passageiros sendo que recentemente a BYD lançou a versão com cinco assentos.
O BYD Dolphin Mini tem motor elétrico de 75 cv e 13,5 kgfm de torque suficiente para chegar a 130 km/h. A bateria tem 38 kwh suficiente para cerca de 280km no ciclo Inmetro e na prática pode superar os 300 km por recarga.
Entre as curiosidades interessantes, podemos elencar que o Dolphin tem pneus estreitos combinados com roda aro 16, um único limpador, oferece faróis em LED e tem até mesmo banco do motorista elétrico. No restante, como é digno de sua categoria, não traz retrovisor fotocrômico e tem acabamento simplificado porém bem digno com boa montagem.
Ao acionar o botão de partida notamos que as luzes se acendem de forma instantânea e temos contato com o diminuto painel digital enquanto a multimídia fica ao lado. Notamos ainda, que o ar-condicionado tende a levar alguns minutos para começar a funcionar.
De condução fácil, o Dolphin Mini nem parece ter apenas 75cv. É fácil de desviar a trajetória, tem boas retomadas e a posição de dirigir é boa. A cabine do carro também permite que motoristas e passageiros mais altos se acomoda com facilidade. O porta-malas é pequeno com 230 litros mas a ideia da BYD é oferecer um carro com espaço para passageiros, mesmo os mais altos.
A multimídia de 10 polegadas é prática e tem comandos fáceis e intuitivos já bem traduzidos para o português. Há conexão Android sem fio e Apple CarPlay com cabo, comandos de voz de boa compreensão, boa câmera de ré mas não há recurso 360°. O ar condicionado é digital mas sem comando automático.
O único ponto que merece atenção ao longo do nosso tempo de teste está na suspensão. O Dolphin Mini é mesmo excessivamente confortável sobretudo em curvas e também para passar em pequenos buracos, lombadas ou valetas. Com curso bem curto, a carroceria parece que fica flutuando em algumas situações com obstáculos o que merece atenção do motorista e certa insegurança para os passageiros. Fica o alerta para a BYD ajustar o setup de suspensão do Dolphin Mini, seja em um conjunto de molas mais rígidas ou menor curso uma vez que a elevada carroceria já não favorece as leis da física. Da mesma forma as rodas poderiam ser maiores ou então a banda do pneu mais larga e mais alta contribuindo com a sensação de segurança.
Os pneus originais são 175/55 R16 enquanto a BYD tenta homologar o 185/55, medida mais fácil de se encontrar.
Testamos o carro sobretudo no trânsito intenso da capital paulista durante uma semana. A direção do carro é bastante elogiável Assim como a autonomia. Na primeira carga concluímos o teste com 290km, acima do que prevê o Inmetro e rodando no modo Sport com dois trechos de estrada. Depois no modo normal superamos 315km sempre com ar ligado de forma intensa e ainda marcava 13% de autonomia.
Depois testamos uma recarga feita em um supermercado da rede Atacadão que dispõe de carregador de 7kw ao preço de R$ 0,98 o kw. Recarregamos o carro com mais 28kw por cerca de R$ 27. Bem interessante o custo para adicionar 200km de autonomia no carro.
A conclusão é que com exceção do sistema de suspensão muito confortável e que requer atenção, o Dolphin Mini surpreende pela economia de rodagem, pelo conforto e uma proposta interessante de carro elétrico urbano. Por R$ 115,8 mil, sai por menos do que um hatch 1.0 turbo na maioria das versões sendo uma opção para quem quer fugir da mesmice e tem condições de instalar o ponto de carga na própria residência.
Quanto custa CARREGAR um carro elétrico em um supermercado? Levei o Dolphin Mini no Atacadão. Veja quanto de carga e quanto custou…! VEJA O VÍDEO!
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