Novo Jetta GLI é rápido, econômico mas tem seus poréns: confira
Avaliamos o sedã da Volkswagen que é o último representante dos modelos médios e agrada ao volante mesmo com pequenos deslizes
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
O Jetta GLI voltou ao portfólio da Volkswagen para atuar em um nicho muito determinado: o daqueles clientes que desejam um desempenho acima da média e prazer ao dirigir. Depois do lançamento do GLI o R7-Autos Carros avaliou o sedã por uma semana rodando 500km por estrada e cidade. Veja as impressões:
Vale lembrar que apesar do porte altivo o Jetta GLI está na mesma geração com plataforma MQB mas cresceu um pouco por conta dos novos para-choques. Espaço no total não falta. Ele mede 4,74m de comprimento com 2,68m de entre-eixos, 1,79m de largura e 1,47m de altura. O porta-malas tem generosos 510 litros de capacidade.
Nos falta espaço no banco da frente e se nota uma preocupação da Volkswagen com o conforto a bordo. Mas há deslizes. O painel tem superfície suave ao toque (coisa que até mesmo o Taos, um pouco mais em conta, não oferece) e as forrações laterais ganham nova superfície mas só na parte dianteira.
Atrás, além do túnel central elevado não há nem mesmo saída de ar condicionado e ponto de carga para celular. As forrações são bem simples na traseira destoando da dianteira. Se o porta malas é imenso, se nota também a frugalidade no material de forração, não há luz interna e as alças do compartimento podem comprimir o volume de bagagem. O estepe temporário também seria desnecessário pois espaço ali para um pneu comum não falta.
Mas os deslizes param por aí. Basta ligar o motor do Jetta GLI para se notar o quanto ele é acertado ao volante. O motor é o mesmo 350TSI com 2,0 litros e 231cv com 35,7kgfm de torque a partir de 1500rpm alimentado somente a gasolina. Se por um lado ele ganhou um cavalo de potência teve ajustes para atender ao exigente Proconve L7 e recebeu um segundo catalisador.
Agora ele traz o câmbio DSG de sete velocidades (DQ381) que foi atualizado nova bomba elétrica e mecânica, novo sistema de vedação, fluido de baixa viscosidade e otimização nos rolamentos de troca de marcha. Assim, o Jetta troca de marcha de forma muito rápida e precisa bem como a direção que é bem calibrada e basta girar o volante em uma volta para que o carro responda com precisão.
E essa precisão não significa dureza ou aspereza. Ao adotar novos controles de condução (modos Eco, Comfort, Sport e Individual) se nota as diferenças de comportamento especialmente nos extremos nos modos “Eco” e “Sport”. No perfil esportivo as trocas são rápidas, a direção é mais firme e as respostas chegam em rotação mais alta entregando mais performance. O som do motor fica mais alto porém é apenas emulação. Nos modos Eco e Comfort o perfil mais manso combina com o uso urbano de um sedã confortável.
Além de andar o Jetta GLI freia bem (tem discos de 312mm na dianteira e 300mm na traseira) ao usar discos nas quatro rodas com distribuidor de frenagem EBD, traz assistência BAS, ASR e EDS.
Ao entrar na estrada, testamos os sistemas de controles semiautônomos que são intuitivos no novo volante do carro. Há novos Controle de Cruzeiro Adaptativo (ACC) com função Stop&Go, Frenagem Autônoma de Emergência (AEB), Sistema de Frenagem Pós-Colisão e além do controle de tração e estabilidade há conjunto de 6 airbags.
Vale lembrar que o GLI é marcadamente esportivo também nos detalhes que se sobressaem sobre a pintura da carroceria no tom “cinza puro”. Ele tem soleiras, pedaleiras em inox, acabamento lateral rajado em preto e vermelho, volante de base reta com o logotipo “GLI”, bancos em couro com ventilação e suporte lateral além da multimídia VolksPlay de 10” com espelhamento sem fio de celulares e boa conectividade típica deste equipamento. No painel, o Active Info Display digital faz a diferença sendo fácil de configurar, e ainda traz ar digital dual zone e carregador de celular sem fio.
O consumo surpreendeu. Na cidade ele rendeu cerca de 10km/l enquanto na estrada marcou 14km/l, boas médias considerando seu porte e um motor com 231cv de potência.
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O preço do Jetta GLI também evoluiu muito desde a reestreia do carro. O valor de R$ 216,9 mil é quase virtual pois o lote destinado ao Brasil já está esgotado. Enquanto isso, as unidades já entregues são vendidas com ágio em muitas lojas de carros e até concessionárias por R$ 240 mil (ou mais). Sem dúvida o Jetta GLI se destaca dos sedãs médios hoje oferecidos como Chevrolet Cruze e Toyota Corolla bem como o Arrizo 6 Pro, que agora vem importado pela Caoa Chery. Ele traz desempenho e personalidade de sobra para fugir da mesmice para quem se propõe a comprá-lo hoje em dia.
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