Testamos a nova Royal Enfield Himalayan 450cv na terra e no asfalto
Nova geração será “mudança de chave” na estratégia da marca e combina visual de big trail com preço mais acessível

No mercado de motos com aptidão off road para longas distâncias, os modelos disponíveis em fabricantes como BMW, Honda, Triumph entre outras começam na faixa dos R$ 100 mil explorando faixas mais altas de cilindrada.
E Royal Enfield lançou nesta semana a Himalayan 450: diferentemente da primeira geração, a nova Himalayan ganha motor 15cv mais potente, suspensão nova e muitas evoluções em relação a antiga 411cm3.
Se por um lado ela fica longe de um motor de 1000cc, por outro oferece um bem aproveitado propulsor de 450cc e preço convidativo a partir de R$ 29,9 mil. O R7-Autos Carros testou a novidade durante o evento de lançamento realizado em Caxias do Sul (RS).

A Himalayan já existe no portfólio da Royal Enfield, mas se tratava de uma moto menor e com desempenho bem mais modesto com 400cc. A marca admite que os clientes pediram melhorias em suspensão, melhor desempenho e freios e com base nestas premissas desenvolveram a nova geração.

O design é mais atual com um toque vintage com amplas rodas, suspensão de longo curso, tanque de 17 litros e porte altivo similar ao de uma big trail.

O farol arredondado em LED traz a herança vintage com para-brisa baixo, para-lamas que se integram ao estilo da moto adicionados de um para-barro e o tanque estreito e uma pilotagem mais confortável e mais baixa com assento ajustável em até 4cm.

A geração anterior foi lançada em 2016 com 411cc refrigerado a ar e agora o motor da nova Himalayan é 450 ou 452 cm³ monocilíndrico “Sherpa” a gasolina capaz de gerar 40cv de potência a 8.000 rpm e torque de 4,07 kgfm a 5.000rpm.
Segundo a Royal Enfield, 90% do torque está disponível em 3.500rpm. A transmissão tem seis marchas com embreagem deslizante, outra novidade para a marca Royal Enfield.

Entre as novidades estão um novo painel de 4 polegadas com gráficos mais claros e projeção de mapa a partir do celular. A suspensão segue a receita tradicional de garfo duplo na dianteira com 200mm de curso e sistema monoshock na traseira com ajuste de pré-carga e também 200mm.
A Royal Enfield diz ter desenhado a Himalayan para uma posição de pilotagem natural com secção central mais estreia que a dianteira e traseira para um bom encaixe do piloto. São 2,24m de comprimento, 23cm de altura livre do solo e 1,31m de altura.
Os freios são da ByBre (do grupo Brembo) com discos de 320mm na dianteira e 270mm na traseira com abs duplo e ajuste específico lata off road. O tanque de gasolina tem 17 litros para uma autonomia média de 450 litros.

Além da nova embreagem deslizante, a nova Himalayan 450 também incorpora dois modos de pilotagem: Performance e ECO. Ao todo serão 150 acessórios customizáveis na concessionária com vários itens e agrupados nos modos “Adventure” e “Rally” com itens adaptáveis ao perfil de cada proposta.
Teste com a nova Himalayan
O teste proposto pela Royal Enfield teve mais de 80% do trecho composto por terra, cascalho, pedras, além de subidas e descidas pela região de Caxias do Sul onde estão os famosos cânions da região Sul do país.
Partindo de Cambará do Sul, ingressamos por um trecho de asfalto onde o fôlego do motor 450 fica muito evidente já a partir das 3.000rpm. A escala de marchas evolui de forma suave e o freio apesar de arisco é fácil de acostumar, com destaque para o traseiro que é bem eficiente.

Embora pesada com 198kg, a Himalayan é dócil e permite uma transição entre a posição ereta e sentada, muito útil no off road. Assim, saímos do asfalto para as mais diversas situações mais difíceis onde exige mais força e controle.
Mesmo em trecho de pedras grandes e lama pelo caminho, a suspensão se provou valente e o curso de 200mm foi útil para testar a rigidez da moto. Mesmo em quarta ou quinta marcha, há fôlego e na segunda e terceira a Himalayan sugere sempre velocidade maior.

O painel digital é uma novidade e conectou bem com o celular, mas durante a viagem o pó não permitiu ver mais os instrumentos digitais. O ideal nas paradas é molhar o conjunto para voltar a ter acesso ao painel que é bem completo e tem indicador de marcha, velocidade, computador de bordo, opção de desligamento do ABS traseiro entre outros.
Ao fim das contas, a Himalayan foi aprovada em mais de 300km de viagem, com boa parte de trechos sem asfalto. Para quem quer se aventurar neste universo o preço é convidativo indo dos R$ 29,9 mil até R$ 31,9 mil na versão com pintura preta e letras douradas além de pneus sem câmara.

A Royal já vendeu cerca de 500 das 750 unidades disponíveis no primeiro lote mediante reserva de R$ 2 mil no site da marca. A compra efetiva será feita em um concessionário mais próximo.
Preços e versões da Royal Enfield Himalayan 450:
Himalayan 450 Salt (salmão) e Slate Poppy Blue (azul) – R$ 29.990
Himalayan 450 Hanle Black (preta) – R$ 30.990 Himalayan 450 Kamet White (branca) e a Hanle Black Tubeless (preta) – R$ 31.990















