Teste da Amarok Comfortline 2025: as virtudes do desempenho
Versão de entrada fica só no bom motor V6 que é o mais potente da categoria e poderia ser mais acessível

Remodelada no final do ano passado, a Volkswagen Amarok ainda não surpreendeu como a marca esperava nas vendas. Em um segmento que cresceu em média 22 por cento nas vendas, a Amarok só conseguiu avançar 6% deixando a Toyota Hilux superar os 42% e a Ford Ranger chegar a 31%. No segmento de menor volume a Volkswagen Amarok 2025 segue na briga porém mais próxima da Mitsubishi L200, Nissan Frontier e viu a Fiat Titano pelo retrovisor. A idade do projeto, a falta de alguns itens de série pesam na balança que tem como ponto positivo o motor V6 3,0 litros de 258cv. Confira na avaliação.

Amarok é uma pick-up que indiscutivelmente ficou antiga em um segmento altamente disputado. Em termos de design, ganhou nova grade e para-choques além de faróis atualizados. No entanto, limitações do projeto, recebeu apenas uma lanterna escurecida na traseira e mudanças bem pontuais como as rodas que na versão Comfortline tem aro 17.

Por dentro, a versão Comfort line traz os novos bancos com revestimento misto mas em tecido tecido. O ajuste do banco do motorista é elétrico porém com os trilhos bem aparentes. O painel até recebeu atualizações como o novo volante em couro costurado e o novo logotipo da Volkswagen além de um aplique em couro no meio do painel.

Neste painel que mantém boa parte dos comandos analógicos, se destaca a multimídia de nove polegadas. Não é o sistema Volksplay mas sim a Composition Touch atualizada com gráficos mais modernos e funcionamento estável e conexão para Apple CarPlay e Android auto. Há câmera de ré de resolução mediana bem como sensores dianteiros e traseiros. No painel itens como consumo instantâneo, alertas e computador de bordo funcionam muito bem apesar do visual antigo.

No interior, além da central multimídia o destaque fica por conta de um display circular chamado “Safer Tag”, posicionado no painel, que envia alertas de distância, saída de faixa e reconhecimento de placas. Ao longo do nosso teste porém o dispositivo funciona de forma mediana. Nem sempre acerta a velocidade máxima das vias indicando, por exemplo, 30km/h em vias de 40km/h ou 60km/h em avenidas de 50km/h mas os alertas são precisos. O dispositivo também mostra a distância em tempo do veículo que está à frente sempre emitindo alertas sonoros.

Mas vale precisar que o Safer Tag além de ser um acessório que custa na faixa de R$ 2,3 mil, também não está conectado à eletrônica da Amarok. Ele apenas emite alertas mas não faz o papel de frenagem automática de emergência ou de correção do veículo na faixa. Isso exigiria uma conexão direta com a central eletrônica e com comandos de frenagem e de direção por exemplo o que aumentaria muito o custo em um veículo de geração antiga.

A Volkswagen manteve o consagrado motor 3.0 V6 de 258cv e 59,1 kgfm de torque, o que garante bom desempenho tanto na cidade quanto na estrada. O motor V6 tem alto torque e bom nível de respostas com picos de 272cv na função overboosting. Durante o teste realizado pelo R7-Autos Carros, a picape teve um consumo médio de 12,8km/l na média geral.

Vale destacar que a motorização da Amarok é o seu grande ponto positivo. O motor é de longe o mais potente da categoria e oferece bom nível de respostas em aceleração e também de frenagem graças ao sistema de disco nas quatro rodas. A Amarok conta com ABS e o sistema 4Motion de tração integral sob demanda que funciona bem durante uma boa chuva ou em situações de terra com divisão da tração de forma inteligente.

A suspensão, que não teve alteração, é firme ao passar pelos buracos das ruas brasileiras, deixando a picape confortável igual a SUV de grande porte. Falando em tamanho, a picape tem 5,35 metros de comprimento, 1,95 metro de largura e 1,85 metro de altura, a Volkswagen Amarok não é um trambolhão para andar pela cidade. Inclusive, comporta muito bem cinco adultos, visto que tem 3,09 metros de entre-eixos e bancos macios e confortáveis, sendo o do motorista e passageiros elétricos mas o espaço traseiro é bem reduzido, coisa de picape mais antiga.

A Comfortline tem um bom pacote de equipamentos, incluindo bancos dianteiros com ajustes elétricos, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, faróis em LED, e rodas aro 17″. A questão está no preço de R$ 313 mil que está mais alto do que suas concorrentes diretas como L200, Frontier e mesmo a Titano.

Diante da Hilux, Ranger e S10 que vendem bem, a Amarok está no mesmo nível de preço. Isso explica, em parte o motivo dela não vender mais do que a marca esperava. Para um veículo de geração antiga Amarok deveria custar bem menos até porque oferece menos em itens de série. Apesar do motor forte e da boa ergonomia e dirigibilidade o consumidor de picapes é cada vez mais exigente. E por isso esperava ou mais equipamentos ou menor preço em um segmento tão disputado.
