O Planalto se prepara para usar seu tradicional e poderoso instrumento político para promover o desbloqueio da pauta do Congresso: a liberação de emendas parlamentares. Para isso, Lula deve apressar a sanção do Orçamento de 2025 para permitir a execução dos gastos públicos já com atraso de mais de 3 meses. O ato, esperado para esta semana, também passa a permitir que demandas parlamentares sejam atendidas. O valor total aprovado ultrapassa R$ 50 bilhões, dos quais R$ 11,5 bilhões são de emendas de comissões, não impositivas. Os recursos atendem a quase 7 mil emendas individuais, de bancadas e de comissões permanentes. Tradicionalmente, o pagamento de emendas é dosado pelo governo de acordo com negociações políticas que buscam obter a boa vontade dos parlamentares. Neste momento, articuladores do Planalto lidam com travas importantes ao andamento das votações. A primeira delas diz respeito à obstrução, liderada pelo PL, que tem negado presença e impedido quórum até mesmo em comissões-chave, como a de Constituição e Justiça, para pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), a pôr em votação o projeto que prevê a anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A arma da liberação de emendas será usada como forma de isolar o PL e evitar que outros partidos de centro e direita engrossem o movimento de obstrução, dando fôlego ao debate parlamentar que, segundo governistas, tem como objetivo devolver a Jair Bolsonaro o direito de concorrer às eleições. O ex-presidente está inelegível, por decisão da Justiça Eleitoral, por abuso de poder político. A pressa também se relaciona à baixa popularidade de Lula, confirmada esta semana pela segunda pesquisa de opinião. A principal aposta do Planalto para reverter o quadro desfavorável está na proposta de isenção de imposto de renda para contribuintes com renda até R$ 5 mil. O tema ainda não avançou no Congresso e tem tramitação incerta, apesar do apelo popular da medida.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp