Brasil registra uma média de recall de mais de 3 mil veículos por dia
Segundo o Senatran, entre janeiro e outubro deste ano o número de chamamentos de fabricantes chegou a 999.393 automóveis
O número de recall de veículos chegou a 999.393 unidades, entre janeiro e outubro deste ano, o que equivale a uma média diária de 3,3 mil. No ano passado inteiro, foram registrados 975.234 recalls. A informação é da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito).
No acumulado desde 2011 até setembro deste ano, segundo a Senatran, havia cerca de 3,4 milhões de recalls não atendidos no Brasil.
“São casos em que condutores circulam em veículos com algum defeito de fabricação – ou componente defeituoso –, ignorando o chamado das montadoras para resolver um problema devidamente identificado pelo fabricante”, diz a secretaria em nota.
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A Senatran afirma ainda que faz o registro nacional dos números de recalls. No entanto, a responsabilidade em relação às campanhas de chamamento é das montadoras.
O recall é o chamamento feito por fabricantes quando um produto, já no mercado, apresenta falhas que coloquem em risco a saúde ou a segurança dos consumidores. A medida é realizada para corrigir defeitos de fabricação ou substituir peças que possam causar acidentes.
Por isso, é importante que os consumidores atendam às convocações, principalmente nos casos dos veículos.
O recall é uma ação preventiva. Quando um defeito é identificado, ele pode comprometer a segurança de motoristas e passageiros. Por isso, atender a esses chamados é uma questão de responsabilidade com a própria vida e com a segurança pública
Como saber se o veículo teve recall
O proprietário do veículo pode verificar por meio do portal do Senatran, ou do aplicativo da Carteira Digital de Trânsito. Para isso, basta fornecer a placa ou o chassi do veículo.
Punição
Recusar ou adiar a realização de um recall, além de representar risco de vida, impede o licenciamento do veículo. Os veículos com recall não atendido depois de um ano da notificação passam a ter essa informação incluída no CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo). A partir daí, a regularização só será possível após o atendimento da convocação.
A multa para quem dirige com o CRLV vencido é de R$ 293,47, e o motorista tem sete pontos registrados na CNH. Além disso, o veículo pode ser apreendido e o nome do proprietário, inscrito na dívida ativa. A infração é considerada gravíssima, pois é classificada como de alta periculosidade e risco à vida.
“Ignorar um recall não só compromete a segurança pessoal, como também pode expor pedestres, ciclistas e outros motoristas. Portanto, não é apenas uma escolha individual, mas uma decisão que pode afetar a segurança de todos ao redor”, alerta a Senacon.
A responsabilidade de fazer o chamado e o reparo de forma gratuita é do fabricante, como determina o Código de Defesa do Consumidor.
O recall também pode ser feito para outros produtos, como de eletrodomésticos, medicamentos, brinquedos e alimentos.
Perigos em não atender ao chamamento
- Um dos principais perigos de não atender ao chamado para o recall é o risco de falhas mecânicas graves.
- Problemas nos freios, airbags, sistemas de direção ou motor são os mais comuns.
- No caso dos airbags, por exemplo, há situações em que eles podem não inflar corretamente em uma colisão ou funcionar de forma inadequada, causando lesões graves ou até a morte dos ocupantes dos veículos.
- Outra questão crítica é o risco de falhas no sistema de combustível ou no circuito elétrico, que podem causar incêndios.
- Além disso, a perda de controle do veículo devido a defeitos na suspensão, na direção ou nos pneus pode causar acidentes fatais em alta velocidade.
Passo a passo do recall
- As montadoras divulgam os recalls por meio de canais oficiais, como sites, redes sociais, campanhas publicitárias e avisos na imprensa. Elas também notificam os proprietários diretamente, por meio dos dados cadastrados no momento da compra do veículo.
- Ao ser informado sobre a necessidade da manutenção, o proprietário deve verificar o número do chassi do seu veículo, indicado no CRLV, para confirmar se o modelo está na lista do recall.
- Confirmada a necessidade, o próximo passo é entrar em contato com a montadora ou a concessionária autorizada para agendar o reparo ou a substituição da peça defeituosa.
- No dia marcado, o proprietário deve levar o veículo até o local, onde o reparo será feito gratuitamente. As montadoras são obrigadas a oferecer o serviço sem qualquer custo ao consumidor.
- Após a conclusão do serviço, a concessionária emitirá um comprovante de que o recall foi feito. É importante guardar esse documento para eventuais consultas.
Fontes: Senacon e Senatran
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