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Concessão de consignado a aposentados e pensionistas do INSS cai pelo terceiro mês

Ao mesmo tempo que houve redução de juros, saldo de concessões recuou de R$ 11,1 bi, em janeiro, para R$ 8,3 bi em abril

Conta em Dia|Ana VinhasOpens in new window

Consignado do INSS teve oitava redução de juros em um ano José Cruz/Agência Brasil - 17.01.2022

A concessão do crédito consignado a aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) registrou queda pelo terceiro mês seguido. Segundo estatísticas monetárias e de crédito divulgadas pelo Banco Central, em abril o saldo das concessões foi de R$ 8,3 bilhões, uma redução de 25% em relação ao valor de janeiro, de R$ 11,1 bilhões.

Fevereiro e março também haviam registrado queda, com saldo de R$ 9,4 bilhões e R$ 8,4 bilhões, respectivamente.

Na última segunda-feira (27), O CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) aprovou a redução de 1,68% para 1,66% ao mês no teto de juros do consignado para beneficiários do INSS. Foi o oitavo corte consecutivo desde março de 2023.

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Segundo o Ministério da Previdência Social, a redução acompanha a queda da taxa básica de juros, a Selic, que está em 10,50% ao mês.


Também foi aprovada a queda de 2,49% para 2,46% dos juros do cartão de crédito consignado e do cartão de benefício. Os novos valores começam a valer a partir da segunda-feira (3).

Tabela de juros do consignado do INSS Reprodução/INSS

Os bancos têm avaliado que os cortes do teto do consignado provocaram queda nas concessões do benefício. Mesmo com a redução na taxa Selic, as instituições acreditam que os juros futuros, em tendência de piora, são o principal indexador dos custos de captação do consignado.


O ministério afirma que os meses de janeiro e fevereiro são sempre impactados pelo reajuste do salário-mínimo, que aumenta a contratação de empréstimos consignados. “Após o aumento vem a suposta ‘queda’ que, na verdade, é apenas o retorno aos níveis anteriores. Os dados de março e abril, da ordem de R$ 8,3/8,4 bilhões estão no mesmo nível dos valores de setembro a novembro do ano passado (R$ 8,2 a 8,8 bilhões)”, explica a pasta.

Para Márcio Saito, CFO da Entrepay, empresa que fornece soluções financeiras, a avaliação é de que janeiro é um mês atípico, em função do acúmulo de responsabilidades, mas que ainda que a marca de crédito concedido em abril seja inferior à de janeiro, ela está dentro de uma normalidade do cenário brasileiro.


“Tipicamente, janeiro é um mês de despesas mais pesadas, com vencimento de IPTU, IPVA, até mesmo pagamento de escola dos filhos e netos, então considerando a sazonalidade, é comum haver um aumento no pedido de consignado para conseguir cumprir com os compromissos do mês”, afirma Saito.

Comparando abril de 2024 ao mesmo mês em 2023, é possível notar que a concessão de consignado aumentou de R$ 5,1 bilhões (2023) para R$ 8,3 bilhões (2024).

“Podemos atribuir essa movimentação a diversos fatores, o principal deles sendo a queda da taxa Selic, que aumenta o acesso ao crédito. Existe também um fator do endividamento da população: o Banco Central divulgou recentemente que em março a taxa da população brasileira endividada chegou a 48%, com melhores ofertas de crédito disponíveis no mercado, muitas pessoas podem inclusive buscar por dívidas mais baratas e com taxas melhores”, acrescenta Saito.

A modalidade é oferecida a quem tem aposentadoria ou pensão creditada em conta-corrente. Pelo fato de o valor ser descontado diretamente na folha de pagamento, trata-se de uma opção de empréstimo fácil e com juro baixo.

Como consultar

Estão disponíveis no portal do INSS e no aplicativo Meu INSS as taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras no Brasil.

Os segurados podem consultar em qual banco a taxa de juros está mais favorável e fazer a portabilidade do empréstimo.

No aplicativo ou site, ao selecionar o serviço “extrato de empréstimos”, opção “instituições e taxas”, os juros estarão disponíveis para que o segurado verifique qual a taxa mais vantajosa antes de pegar o empréstimo.


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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