Dólar alto: entenda qual o impacto na vida do consumidor
A gasolina e, por tabela, os fretes ficam mais caros. Os produtos vendidos pelo Brasil no exterior terão ganhos. Entenda o que muda
Economia em cinco minutos|Karla Dunder, do R7
A cotação do dólar disparou na última semana, fechou em R$ 3,74 e bateu R$ 4,20 nas casas de câmbio, o que fez o Banco Central a triplicar a oferta da moeda nesta segunda-feira (21) em uma tentativa de conter essa a valorização da moeda norte-americana.
O Economia em 5 Minutos explica quais os impactos dessa alta no dia a dia das pessoas.
O que faz o dólar subir?
Um dos fatores apontados por especialistas é a alta dos juros nos Estados Unidos. Como a economia americana é mais estável e as taxas pagas são melhores, os investidores optam por aplicar seus recursos lá e não aqui. A instabilidade política e, em especial, a indefinição do cenário eleitoral também afetam o câmbio.
E como essa alta impacta a vida do brasileiro?
Os produtos importados como bacalhau e azeite devem ficar mais caros. Mas não são os únicos. As viagens internacionais também. O dólar para o turismo seguiu a alta. Além da compra da moeda, as hospedagens e as passagens aéreas passam a custar mais para quem pretende viajar.
Aqueles produtos que usam matérias-primas importadas na sua fabricação podem ter um aumento no preço final a médio prazo. Neste caso, componentes de eletrônicos e eletrodoméstico como geladeiras e televisores sentirão o impacto. Os remédios muitos importados ou feitos com insumos vindo de fora podem ter alteração nos valores vendidos ao consumidor.
Com a alta do dólar, o valor do trigo dispara. A farinha de trigo é usada na produção de pães, massas e biscoitos e o Brasil importa praticamente metade do que consome.
Outra alta significativa, que levou os caminhoneiros autônomos a fecharem estradas em protesto em diversos Estados dos País, é a da gasolina e diesel. Esses preço já estão em alta devido a cotação do petróleo no mercado internacional. Como eles têm os preços definidos em dólar, são diretamente afetados pela alta da moeda norte-americana. E em um efeito bola de neve, com a alta desses derivados do petróleo, o frete fica mais caro e impacta em diversos setores da economia.
E qual a boa notícia?
O dólar alto favorece as exportações. Os produtos brasileiros vendidos no exterior ficam mais competitivos e mais baratos nos países onde estão sendo vendidos. A longo prazo, essas companhias podem investir mais e também aumentar as contratações.
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