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Abrir ou não? Quando?

Debate sobre o momento de reabrirmos lojas, indústrias e serviços no país volta à tona; estabelecimentos foram fechados por causa da covid-19

Eduardo Costa|Eduardo Costa

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Especialistas defendem o isolamento social
Especialistas defendem o isolamento social

Como era de se esperar, esquenta o debate sobre o momento de reabrirmos lojas, indústrias e serviços no país. O presidente da República insiste em ignorar as recomendações que seu ministro da Saúde faz a todos os cidadãos e pede a volta ao trabalho. Já. Não dá para dizer que ele é o único que quer. Há sim desespero entre trabalhadores informais, músicos, donos de boteco, costureiras, cabeleireiras, enfim aqueles que têm rendimento suficiente apenas para a sobrevivência; sem poupança.

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Mas, na outra ponta, estão os médicos, a começar pelo ministro da Saúde. E eles dizem que o isolamento tal como acontece nos últimos dias é essencial para evitarmos um ambiente de descontrole. Querem que as pessoas adoeçam aos poucos e assim tenhamos hospitais para todos. Simples assim: se muita gente pegar o vírus de uma só vez não haverá respiradores mecânicos para todos. Neste raciocínio, esperar até o dia 6 de abril – a próxima segunda-feira – é fundamental. E, até lá, discutir com calma e técnica como reiniciar a atividade econômica.


Por enquanto, a situação em Minas e, especialmente, Belo Horizonte, ainda é boa, comparada com outras regiões do país. E montamos uma estrutura boa, temos pelo menos 2.000 leitos para emergência - 400 só na Santa Casa. Então, se tivermos juízo, vamos vencer esse momento único sem aquela situação catastrófica da Itália, onde médicos escolhem quem vai ter respirador, ou, quem vai viver.

Eu poderia me alongar com considerações favoráveis ao isolamento, tal como defendem os médicos. Mas, fico em um exemplo que dispensa esforços: o crime de Brumadinho. A Vale sabia que algo grave poderia acontecer, os chefes foram avisados pelos operários que providências deveriam ser tomadas, mas, quem disse que, no mundo dominado pelo “mercado” – invisível e movido por gráficos e não corações – há lugar para um peão alertar o chefão? Resultado: 270 mortos, vexame mundial, um prejuízo infinitamente maior para a empresa e dano gigantesco à economia (olha o mercado aí) tanto para o Estado, quanto para o país.


Perguntem à mãe, irmã ou viúva de Brumadinho se devemos ou não ouvir a voz dos médicos, que preveem milhões de mortes se não nos cuidarmos. Reconheço o sufoco da dona do salão, o dono do boteco, a cabeleireira, todos os prestadores de serviço, os informais e milhões e milhões de conterrâneos, mas, neste momento, temos de ouvir os médicos.

Para não repetir Brumadinho em escala estratosférica.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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