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Acabaram até com a seleção

A divisão entre os brasileiros ficou tão acirrada, se tornou tão grave desde 2014, que até a seleção canarinha não é mais unanimidade

Eduardo Costa|Eduardo Costa

Paixão pela seleção brasileira de futebol era unânime no país
Paixão pela seleção brasileira de futebol era unânime no país Paixão pela seleção brasileira de futebol era unânime no país

O Brasil é um país tão apaixonado com futebol que a palavra seleção tornou-se sinônimo de reunião de nossos melhores na bola. E, não faz muito tempo, a gente dizia que era a única coisa que unia o país. Mas, a divisão entre nós é tão acirrada, se tornou tão grave desde 2014, deixou de ser só política para se espraiar por toda a atividade humana e chegou ao inimaginável: a seleção canarinha não é mais unanimidade.

Nestes dias em que descansei um pouco aproveitei para conhecer Monte Verde, no Sul do Estado. Numa noite de sábado, os foguetes começaram a pipocar por todos os cantos. Uma filha estranhou e arriscou perguntar se não seria festa junina. Expliquei que não, era comemoração da vitória argentina na final da Copa América. A outra perguntou: “Pai, mas, não é esquisito, será por que aqui tem muito paulista?”.

Enquanto elas aproveitavam o frio de quatro graus me pus a pensar no que estamos fazendo com nosso país. Nossa instituição maior perdeu a graça, não empolga, já não sabemos o nome de três dos 11 titulares e não raramente somos surpreendidos por não conhecer determinados jogadores. Eles saem tão jovens, vão fazer a vida no exterior, mas, não criam laços como o que Huck está criando agora com a torcida do Atlético, como Nelinho, Reinaldo, Tostão, Dario e tantos outros quer fizeram história.

A seleção responde a uma entidade recheada de escândalos. Um ex-presidente foi preso nos Estados Unidos, outro fugiu para não ser preso, o atual – de sobrenome sugestivo, Caboclo – está afastado. Uma lambança atrás da outra, uma Copa América fora de hora e, de repente, descobri que também gostei da vitória do Messi, um gênio, que não podia encerrar a carreira sem título. Tão sério que se recusou a tripudiar depois do jogo. Enquanto nosso maior destaque disse, dias antes, que quem não estivesse torcendo por ele deveria ir para o... Digamos baralho.

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Estamos perdendo o sentido de pertencimento, crença que une os indivíduos, de compartilhar valores, medos, aspirações, destacando nossas características culturais, raciais, nosso gosto pela vida.

Será que vamos rir e dançar, beber, festejar, torcer juntos quando pudermos aglomerar?

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