Diga-me com quem andas...
Goleiro Bruno Fernandes sofre com a falta de orientação honesta, sincera, amigos de verdade; ex-jogador Ronaldinho Gaúcho também
Eduardo Costa|Eduardo Costa
Por conta da trajetória e da profissão, sempre convivi com gente pobre e muito rica. E concordo plenamente com o velho ditado de que dinheiro não traz felicidade. Alguém vai lembrar que é melhor sofrer em Paris... Será?
Vejamos algumas pessoas famosas que não deram conta de viver. Um ator? Robin Willians; cantor? Cazuza; cantora? Amy Winehouse; um jogador? Garrincha.
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Pior que ser pobre é ganhar muito dinheiro sem estrutura familiar, segurança emocional, apoio de verdadeiros amigos. Passei o fim de semana pensando em dois jogadores de futebol: Bruno e Ronaldinho.
Bruno porque, no sábado cedo, o “Palavra Aberta” ouviu dois advogados a respeito da conveniência ou não de ele trabalhar. E ficou claro, para mim, mais uma vez, que Bruno, autor de crime repugnante, é vítima hoje de algo mais grave que é a confusão entre justiça e vingança, considerando que nós – a tal sociedade – ignoramos solenemente que ele já cumpriu sua pena e insistimos em impedi-lo de retomar sua carreira, sua vida. Bruno continua pagando porque tem talento, mas não teve berço, infância, aconselhamento materno, paterno, amigos de verdade e estrutura emocional.
Ronaldinho Gaúcho vive a tiracolo de um irmão que tem fama de olho grande e passa uma péssima impressão. De longe. Ronaldinho preso no Paraguai. E a gente não pode dizer que está surpreso, pois, afinal, ele já se meteu em outras trapalhadas. Levou mulher para a concentração, posou com outras nuas em piscina, construiu em áreas proibidas, enfim, uma série de atitudes incompatíveis com um astro de sua grandeza. E foi parar no xadrez, algemado, acusado de falsificação, no país que (pelo menos para nós) é famoso por exportar falsificação.
Bruno sofre com a falta de orientação honesta, sincera, amigos de verdade: Ronaldinho também... Um é pobre menino rico, o outro já perdeu tudo, para advogados e espertalhões.
A Fama atrai hienas. Se não houver o antídoto de fé, família e foco, a pessoa não dá conta.
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