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Eduardo Costa fala sobre ida ao Mercado Central de Belo Horizonte e importância de encontrar pessoas e apreciar a experiência

Eduardo Costa|Eduardo Costa

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Mercado Central de Belo Horizonte é ponto turístico da capital
Mercado Central de Belo Horizonte é ponto turístico da capital

Com a inevitável robotização do mundo e o consequente desaparecimento dos empregos, quem pensa o futuro diz que vai sobreviver quem gostar de gente. Pelo menos pra mim, faz sentido porque não consigo imaginar qualquer profissional ligado à saúde ou educação – por exemplo – brilhando sem gostar do público alvo, ainda que tenha as máquinas mais fantásticas do mundo.

No último sábado, com a desculpa de que precisava comprar painço para os canarinhos que visitam minha casa, fui ao Mercado Central. Desde a pandemia, quando fiquei isolado, e, depois dela, por conta de problemas particulares, ando meio longe do povo. Lá no mercado, encontrei o Luiz Carlos, o superintendente, e passeamos por aqueles corredores, sentindo os cheiros, curtindo as cores, alimentando dos sabores.


Como é bom ver gente. Não só nas multidões dos shows, no tumulto dos grandes eventos. Apreciar pessoas que vão e vêm, umas mais vaidosas, outras despojadas, gente feia, gente bonita, gente idosa, gente novinha, cada um no seu cada um. É uma experiência que afasta depressões e protege contra arrogância, pois, quando verificamos ao nosso redor, não somos os mais feios, nem os mais bonitos, nem os mais famosos ou anônimos, mais ricos ou pobres, mais alegres ou tristes.

Claro que nos bares o burburinho é maior, mas, se espiamos com cuidado a área dos animais vamos experimentar sensações de extrema felicidade entre pais e filhos, avós e netos. Se paramos na Praça do Abacaxi descobrimos facilmente que não é apenas o sabor da fruta, é muito mais, e sorver o êxtase da sociabilidade, do estar junto ingerindo o alimento e o ambiente.


Ficar perto das pessoas baixa a nossa bola. Mostra que tem gente com deficiência superior às nossas; gente com possibilidade superior às nossas; portanto, não vale invejar ou esbanjar, é viver, ser solidário, se não puder ajudar não atrapalhar, agradecer... Agradecer sempre por tudo o que temos, sem reparar as ostentações das redes sociais porque, no meio dos semelhantes, se tivermos um olhar verdadeiramente atento e bondoso, vamos descobrir que não precisamos ter o que desejamos; apenas o que necessitamos.

Se qualquer hora dessas você estiver mais angustiado que o goleiro na hora do gol, como canta Belchior, vá ao mercado, à feira, ao campo de futebol, vai aonde o povo está... É o melhor remédio, experimente.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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