Hospital, o objeto de desejo dos investidores
Compradores promovem intensa movimentação nas casas de saúde mais conceituadas da cidade com ofertas milionárias de tirar o fôlego
Eduardo Costa|Eduardo Costa
Uma indagação tomou conta dos ambulatórios e consultórios de Belo Horizonte nos últimos dias. Estaria o famoso Albert Einstein se preparando para abrir um hospital em Belo Horizonte? Por enquanto, há quem diga que é bem provável, outros asseguram que, por enquanto, não. Uma coisa é certa: compradores vorazes promovem intensa movimentação nas casas de saúde mais conceituadas da cidade com ofertas milionárias de tirar o fôlego.
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Uma transação está praticamente fechada. O Hospital Vila da Serra vai ser vendido. Seus 200 acionistas fizeram assembleia e aprovaram. Dois grupos estão na disputa, um deles dono da Oncobio, que já funciona também na região das Seis Pistas. Detalhe: essa Oncobio é parte de uma empresa maior, oncoclínicas, fortíssima, que já comprou praticamente todo o serviço de oncologia do país e que tem entre seus sustentáculos o Banco Goldman Sachs, de atuação internacional. Do outro lado estaria outro banco, o BTG Pontual... Certo é que o negócio gira em torno de R$340 milhões e mais o acerto de dívidas.
Outro alvo dos investidores é o Vera Cruz. Há pouco tempo ele foi assumido pelo médico Ernani Bronzati e o investidor Marcelo Guimarães... Parece que estão abrindo mão da gestão em função de proposta irrecusável.
Mas, e o Einstein? Bom, dizem que há sim o interesse e conversas com o Life Center já teriam sido iniciadas.
Há uma explicação para esse certo aos nossos hospitais. Em 2012, a legislação mudou e o país, que até então admitia apenas a participação de 5% do capital estrangeiro, aumentou esse limite para 49%. Com incertezas no mundo rico, os grandes fundos precisam por seu dinheiro em algo que promete; então, escolheram os hospitais que, bem administrados podem ser ótimo negócio, especialmente no Brasil que, com Bolsonaro, promete mais liberdade aos empreendedores. Tanto isso é verdade que a febre não é exclusiva de Belo Horizonte; está em todo o país e é mais forte no Rio. Ah, por falar no Rio, a famosa rede Copa Dor também estaria interessada em vir cuidar da saúde dos mineiros.
Fomos saber como o nosso hospital mais importante reage às notícias.
Mineiramente, Henrique Salvador não fala de propostas, apenas diz que o Mater Dei não está a venda; ao contrário, depois das 3 unidades na Grande BH iniciou obras para uma filial em Salvador e, num futuro não muito distante, vai construir no terreno já conhecido, às margens da 040, em Nova Lima.
Considerando estas notícias, mais o crescimento espantoso das clínicas nos últimos anos, dá pra dizer que, sem depender de repasses governamentais, saúde é ótimo negócio.
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