Que abandono!
Belo Horizonte completa 124 anos no próximo dia 12 de dezembro; cidade sofre com a sujeira, desemprego e desprezo público
Eduardo Costa|Eduardo Costa
Belo Horizonte é uma das grandes paixões, perdendo apenas para minha família e meu trabalho.
Belo Horizonte tem geografia inspiradora, com as montanhas, tem ar sempre limpo, como em poucos lugares, e o céu mais bonito do mundo.
Belo Horizonte tem uma gente boa, acolhedora, que gosta de prosear, oferecer um café, chamar para a cerveja, oferecer espaço em nova turma.
Belo Horizonte é tudo de bom. Deveria ser uma das cidades mais agradáveis para se viver e passear em todo o país.
Mas, Belo Horizonte nunca esteve tão triste, tão suja, tão hostil, assustadora.
Juntamos uma série de prefeitos que não andam pela cidade, mais um tempo de crise, e veio a pandemia, o desemprego, as pessoas cada vez mais com sofrimento mental, abandonadas, entregues à própria sorte.
E, como que se fizéssemos um pacto, fomos entregando a cidade. O normal hoje é alguém morar, defecar, urinar, transar em qualquer lugar. Na porta da gente, inclusive. E é feio questionar, é politicamente incorreto.
O atual prefeito diz: “se alguém tiver sugestão, me traga”. Mas, sequer uma campanha de conscientização para não jogarmos lixo na rua sai de seu gabinete.
A gente não dá, não liga, a cidade se acaba, cheia de lixo, cocô, feiura.
O melhor exemplo é a Praça da Estação. Lá, arrancaram a cabeça do leão e a Prefeitura, para poupar outras esculturas, as retirou e guardou.
Parabéns para Belo Horizonte, nos seus 124 anos, e que cada um de nós prepare seu presente, considerando que a cidade não é terra de ninguém e cuidemos para não passar vergonha de filhos e netos.
O vale tudo precisa acabar. Em nome do amor a nosso chão.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.