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Blog do Heródoto

Crise nos dias atuais relembram os conflitos da Revolução Francesa

Parece, mas não é: embates entre povo e elite expõem repetições históricas que transformam revoltas populares em regimes autoritários

Heródoto Barbeiro|Heródoto Barbeiro

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Plenário da Câmara dos Deputados Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

O líder da República está cada vez mais radical. Ele tem apoio do seu próprio partido e da população miserável que quer ter as mínimas condições de vida. É comum pessoas passarem fome na periferia das grandes cidades, ou amontoadas nas esquinas dos bairros dos super-ricos. Não há esperança de que haja uma distribuição da riqueza acumulada durante décadas nas mãos da elite nacional.

Esta, por sua vez, não está de braços cruzados. Sabe que a movimentação popular, liderada pelo chefe da República, pode levar a mais confrontos. Os líderes populares querem justiça — e também que aqueles que exploram as riquezas nacionais, vivem nos palácios e têm os cofres cheios de dinheiro obtido à custa da corrupção, sejam responsabilizados. Aparentemente, só há uma saída: aprofundar a revolução.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • O líder da República tem apoio do seu partido e de uma população miserável que enfrenta a fome.
  • A elite, que controla finanças e recursos, resiste a mudanças e se opõe a pagar mais impostos.
  • As tensões políticas aumentam, com militares sendo chamados para restabelecer a ordem, enquanto cresce o temor de um golpe de Estado.
  • O movimento revolucionário enfrenta resistência tanto interna quanto externa, com paralelos a eventos históricos como o Terror liderado por Robespierre.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A elite domina as finanças, o comércio e a produção rural. Sobra muito pouco para a população do país. Os partidos burgueses e aristocráticos não querem nem ouvir falar em pagar mais impostos ou abrir mão de seus privilégios. A quantidade de bernacidos* se espalha pelo Brasil e impede a aprovação de leis que ajudem os mais pobres. Os embates entre os deputados estão cada vez mais acirrados, com acusações de lado a lado. As bancadas se dividem em três grupos, e o apoio está em constantes revezes entre o centro do plenário. Não conviver tornou-se sinônimo de guerra.

E surgem, então, os apelos aos militares e aos generais, para que ponham ordem no país. As ameaças aos deputados, aos partidos e aos jornalistas vêm de todos os segmentos da repressão. A segurança, que antes era garantida por forças paramilitares, agora se mistura com os militares profissionais. A oposição grita por liberdade. Os próprios militares identificam nos protestos sinais de revolta popular e passam a preparar o próximo e último movimento: um golpe de Estado está a caminho.


Não dar um passo para trás. Não abrir mão das conquistas obtidas com muita luta e ameaças são as bandeiras políticas do novo regime. As reclamações não vêm apenas das elites que tiveram de abrir mão de seus privilégios — heranças de tempos imemoriais. Há também uma ameaça das potências estrangeiras, que veem no processo revolucionário uma faísca capaz de incendiar outras nações.

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E se os miseráveis de outros países também tentassem seguir as rebeldias da pequena burguesia e dos descamisados que agitam o poder da República Francesa? “A pátria está em perigo!”, gritou Robespierre na Assembleia Nacional. Um exército foi criado para proteger fronteiras, juízes e leis que dominassem os opositores de um regime comprometido com os mais pobres e com os ideais de fraternidade, igualdade e liberdade.


Os comitês de julgamentos sumários iam conhecer a guilhotina — que separava a cabeça do corpo, inventada pelo médico doutor Guillotin, e considerada um modo mais humano de execução. Mas ele mesmo experimentou a lâmina. Mais de 300 pessoas foram mortas no período conhecido como o Terror, liderado por Robespierre.

Quatro anos depois, em 1794, o próprio Robespierre foi executado, e o poder voltou às mãos das elites rurais, financeiras e eclesiásticas, como era antes da revolução que começou em 1789.


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