Richard Nixon caiu, mas o estilo de governo dele sobrevive
Como escândalos políticos moldam o futuro das instituições democráticas nos Estados Unidos e suas repercussões no cenário global
Heródoto Barbeiro|Heródoto Barbeiro

É inimaginável que possa ter uma escuta eletrônica no Salão Oval da Casa Branca. Há mais de uma entidade capaz de rastrear qualquer tentativa de grampo. São treinadas e podem também fazer escutas de inimigos políticos. Entre eles, o Partido Democrata, afinal o presidente é republicano.
A oposição está destroçada e suas chances de chegar à presidência da República são mínimas. Quem contribuiu muito para isso foi a má gestão do último presidente democrata, considerado débil e incapaz de tirar os Estados Unidos de alguns buracos, como os conflitos internacionais. Há um marasmo na política externa e isso serviu de plataforma para a vitória do candidato do Partido Republicano.
RESUMO DA NOTÍCIA
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O perfil dele não é bom na mídia. É acusado de fazer falcatruas e qualquer tipo de desonestidade para chegar ao poder. Afinal, é a presidência da maior potência econômica e militar, de influência universal. O cidadão médio americano está temeroso com as ameaças internacionais, como as da China, que cresce geopoliticamente e busca seu próprio caminho no comunismo.
Há suspeitas de que as universidades estejam contaminadas por ideologia de esquerda e que precisam ser depuradas. A mídia acompanha o mandato presidencial com acurácia e as críticas pululam em jornais e cadeias nacionais de televisão. O candidato republicano promete desarmar os inimigos e reafirmar a hegemonia dos Estados Unidos no mundo.
É o que o eleitorado quer, ainda que as pesquisas indiquem pequena margem de vantagem para o republicano. Na medida em que as eleições se aproximam, aumentam as críticas sobre o seu comportamento moral. O republicano é, no mínimo, considerado desonesto. Sua performance nos debates na televisão teve resultado medíocre e ninguém sabe exatamente o que vai dar.
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A vitória do Partido Republicano, para surpresa dos analistas, se dá com a eleição e reeleição de Dick, ou melhor, Richard Nixon. Ele contabiliza vitórias no desarmamento nuclear, estabilidade no Oriente Médio e aprofunda o fosso que separa o gigante comunista chinês do soviético.
Para chegar ao fim do mandato, precisa desconstruir as críticas do Partido Democrata, que ganham cada vez mais espaço na mídia. O escândalo se dá com a publicação, pelo Washington Post, do encontro de escutas clandestinas na sede dos democratas em Washington, no edifício Watergate.
Nixon foge das investigações do Congresso como o vampiro de uma réstia de alho. A crise chega ao auge com a denúncia de que o próprio Nixon mandou instalar uma escuta no Salão Oval da Casa Branca. Convoca uma rede nacional de rádio e televisão quando se fala abertamente que ele vai ter o mandato cassado por quebra de decoro.
Nos Estados Unidos, a lei é igual para todos. Muitos eleitores acham que ele é um criminoso. Sem saída, Nixon renuncia à presidência da República e vários de seus assessores vão para a cadeia. Assume o vice-presidente Gerald Ford que, depois de um mês na presidência, perdoa Nixon.
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