Alaska Airlines: Pilotos relataram 3 avisos de falha de pressurização entre dezembro em janeiro
É o que revela o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes. Porta que caiu do Boeing 737MAX9 foi encontrada em quintal de professor
Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara Monteiro e Luiz Fará Monteiro
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes diz que o painel que cobre uma porta de saída não utilizada - nos Estados Unidos chamado de 'plug' - que explodiu minutos depois de um voo da Alaska Airlines na noite de sexta-feira foi encontrado. A chefe da agência, Jennifer Homendy, disse que a descoberta pode ser vital na investigação da causa da explosão, que forçou o Boeing 737 Max 9 a retornar a Portland, Oregon, minutos após a decolagem.
Homendy disse aos repórteres que os pilotos relataram que o mesmo avião recebeu três avisos de pressurização, provenientes das luzes do painel da cabine, entre 7 de dezembro e 4 de janeiro, informa reportagem da CBS News.
O avião tinha menos de 3 meses de uso, entregue no final de outubro. As equipes de manutenção da Alaska Airlines verificaram e limparam a luz após cada iluminação.
A Administração Federal de Aviação suspendeu todos os tipos de Boeing 737 Max 9 envolvidos até estar “satisfeita de que eles são seguros”, disse um porta-voz da FAA em comunicado no domingo.
Em entrevista coletiva no domingo à noite, a presidente do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes, Jennifer Homendy, disse que o plugue foi encontrado perto de Portland, no quintal de um professor que ela identificou apenas como Bob. “Estamos muito satisfeitos que Bob tenha encontrado isso”, disse ela.
A agência de notícias Reuters diz que ela havia dito anteriormente aos repórteres que a peça da aeronave era um “componente chave que faltava” na tentativa de determinar por que o acidente ocorreu.
"Dependendo da configuração escolhida pela companhia aérea e, consequentemente pelo número de passageiros a bordo, esta seção pode se transformar em uma porta ou não", explica Fernando Pamplona, comandante e instrutor de linha aérea.
"Então [o avião] leva uma porta falsa, ou seja, a fuselagem é fabricada em série. Tem um corte ali, e então se instala ou não a porta de acordo com o operador da aeronave", diz Pamplona.
Essa espécie de porta, ou tampão, passa por processos de instalação e verificação próprios, por ser componente estrutural não deve haver checagem recorrente pela manitenção da companhia aérea, sendo essa verificação reservada a grandes inspeções estruturais no hangar, o que não era o caso do avião novo.
"Tivemos recentemente casos de ferramentas esquecidas dentro de locais selados, parafuso mal preso mo leme, entre outros casos já amplamente divulgados. Algo ruim vem ocorrendo dentro dos processos do fabricante americano", afirma Pamplona.
No dia anterior à explosão do voo 1282, disse Jennifer Homendy, do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes, a transportadora ordenou que o avião envolvido não fizesse voos longos sobre a água para que pudesse “retornar muito rapidamente a um aeroporto” se a luz de alerta aparecesse novamente. Ela enfatizou que a luz pode não estar relacionada ao incidente de sexta-feira. Além disso, mais trabalhos de manutenção foram encomendados – basicamente um mergulho mais profundo no motivo pelo qual a luz continuava acesa – mas nada foi feito antes do voo de sexta-feira à noite.
Homendy descreveu uma cena caótica na cabine do avião e diretamente fora da cabine após a explosão.
Ela disse que a tripulação ouviu um estrondo e a “porta da cabine se abriu” devido à despressurização, então eles imediatamente colocaram as máscaras, mas a comunicação na cabine e entre os tripulantes na cabine e na cabine era muito difícil.
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