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Luiz Fara Monteiro

Internautas se impressionam com turbulência na cabine de avião que sobrevoava furacão na Jamaica

Tripulação da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA teve que retornar à base da operação para inspecionar a aeronave

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Lockheed WP-3D Orion: Caçador de Tempestades Divulgação NOAA

No sentido figurado, a expressão “estar no olho do furacão” descreve uma pessoa no meio de uma confusão, um momento de crise, em uma situação caótica. No sentido literal também. Pelo menos foi assim que a tripulação do Lockheed Martin WP 3D Orion, avião da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos, se sentiu durante um sobrevoo na região do furacão Melissa, que passou pela Jamaica nesta terça-feira e hoje se desloca por Cuba, podendo atingir ainda as Bahamas.


Imagens divulgadas pela tripulação do “Caçador de Furacão”, assim a aeronave é popularmente chamada nos EUA, impressionaram internautas pela intensidade da turbulência e pela reação praticamente tranquila dos tripulantes em um momento de muito sacolejo, objetos caindo e movimentos bruscos. Embora assustador para os leigos, a situação “caótica” é mais do que esperada e treinada, nada que os técnicos do NOAA não estejam acostumados. Após um dos sobrevoos ao Melissa, a tripulação abortou a missão parcialmente e retornou à base de operação para uma avaliação de rotina na estrutura do turboélice. As imagens viralizaram nas redes sociais e chamaram a atenção dos internautas.

Os dois aviões Lockheed WP-3D Orion “Caçadores de Furacões” da NOAA desempenham um papel fundamental na coleta de dados vitais para a pesquisa e previsão de ciclones tropicais. Essas aeronaves turboélice de quatro motores, altamente capazes, também dão suporte a uma ampla variedade de missões atmosféricas e de química do ar.


Quando se trata de previsão de furacões, há muitas ferramentas, diz a NOAA. Radares, satélites e modelos computacionais desempenham um papel importante na previsão de furacões, mas cada um possui suas próprias limitações. Para superar essas limitações, a NOAA opera duas aeronaves Lockheed WP-3D Orion para coletar dados em baixa altitude e preencher as lacunas de dados não disponíveis em radares terrestres ou imagens de satélite.

Os aviões WP-3D Orion da NOAA estão equipados com um conjunto único de instrumentos científicos, radares e sistemas de gravação para medições da atmosfera, da Terra e do seu ambiente. Adquiridos como aeronaves novas da linha de produção da Lockheed em meados da década de 70, esses aviões robustos e bem conservados têm liderado os esforços contínuos para monitorar e estudar furacões e outras tempestades severas, a qualidade da atmosfera, as condições oceanográficas e as tendências climáticas.


Com sua capacidade operacional global, essas aeronaves robustas, juntamente com suas tripulações, participaram de inúmeros experimentos de pesquisa em todo o mundo. Em âmbito nacional, operaram desde o Oceano Ártico e o Alasca, passando pela maior parte dos Estados Unidos, até o Caribe. As aeronaves, apelidadas de “Kermit” (N42RF) e “Miss Piggy” (N43RF), apoiaram pesquisas sobre furacões e tempestades tropicais no Atlântico, Caribe, Golfo da América (antigo Golfo do México) e Pacífico Oriental.

Para obter os melhores dados possíveis no ambiente da tempestade, os membros da tripulação lançam sondas descartáveis ​​chamadas GPS dropwindsondes através de um tubo de lançamento na aeronave. Ao descerem de paraquedas até o mar, as sondas transmitem dados de pressão, temperatura, umidade, velocidade e direção do vento de volta para a aeronave. Após a verificação da precisão dos dados das dropsondes, eles são transmitidos da aeronave para os Centros Nacionais de Previsão Ambiental (NCEP) e para o Centro Nacional de Furacões (NHC) para inclusão em modelos globais e de furacões. A aeronave também pode lançar batitermógrafos descartáveis, que medem a temperatura do oceano em função da profundidade.


Os aviões WP-3D Orion da NOAA também são equipados com sistemas de radar Doppler na fuselagem inferior (LF) e na cauda (TDR). Montado na parte inferior da aeronave, o radar LF escaneia a tempestade horizontalmente, enquanto o TDR a escaneia verticalmente. Juntos, esses sistemas fornecem aos pesquisadores e meteorologistas uma visão semelhante a uma ressonância magnética da tempestade, permitindo-lhes visualizar todas as diferentes camadas e a estrutura interna a partir do interior da tempestade. Os aviões WP-3D Orion da NOAA são as únicas aeronaves da frota de caçadores de furacões do país equipadas com esses sistemas de radar.

Essas aeronaves também são equipadas com radiômetros de micro-ondas de frequência escalonada (SFMRs). Desenvolvidos pela NOAA, os SFMRs detectam a velocidade do vento na superfície do oceano medindo e calculando a radiação emitida pela espuma do mar criada pelos fortes ventos na superfície. Essa informação é crucial para os pesquisadores do Centro Nacional de Furacões na previsão de tempestades.


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