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Luiz Fara Monteiro

Mais de 30 gatos são remanejados em megaoperação durante ampliação do Aeroporto de Congonhas

Animais viviam em área operacional de uma companhia aérea, que organizou o remanejamento em parceria com ONG

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara MonteiroOpens in new window

ONG atua com excelência e profissinalismo na proteção animal desde 2007 Divulgação

Uma verdadeira corrida contra o tempo marcou o início das obras de ampliação do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP). Antes da demolição da área operacional de companhia aérea que atuava no local e da abertura do canteiro de obras, mais de 30 gatos precisaram ser resgatados do local para garantir a segurança e o bem-estar dos animais.

Os felinos, que há anos convivem em colônias na área operacional da companhia aérea que atuava no local, eram alimentados e supervisionados por funcionários da empresa aérea e foram retirados com o apoio da ONG Confraria dos Miados e Latidos, que desde 2021 cuida do controle populacional dos gatos de vida livre das colônias do local.

A organização realiza o controle populacional de gatos por meio do método CED (Captura, Esterilização e Devolução) e já resgatou desta colônia mais de 50 gatos sociáveis, que já foram adotados. Os animais ariscos, que preferem evitar contato humano, foram mantidos no local após esterilização.

Contudo, desta vez, a remoção definitiva dos felinos tornou-se indispensável. “Em uma situação normal, esses gatos seguiriam no local, alimentados, monitorados e já sem risco de reproduzir”, explica a médica veterinária Tatiana Sales, mestranda em Saúde Única e fundadora da Confraria dos Miados e Latidos.


“Remover animais ariscos de colônias que continuam a oferecer recursos e alimentos é um convite para o chamado ‘efeito vácuo’, em que comprovadamente outros animais não castrados tomam o lugar dos que foram recolhidos, gerando um ciclo vicioso sem fim. Mas este caso é uma exceção, pois toda a área das colônias deixará de existir, dando lugar ao novo terminal”, complementa Tatiana.

Até o momento, foram identificados 35 felinos e o resgate é um desafio, especialmente devido ao comportamento arisco de muitos deles, que não aceitam contato humano e preferem viver escondidos. Para facilitar a captura, a ONG instalou câmeras de monitoramento com visão noturna e capacidade para até 300 horas de gravação. As imagens ajudam a identificar os hábitos e trajetos de cada gato.


“A maior preocupação, no momento, é ter certeza de que nenhum gato ficará para trás. Estamos analisando minuciosamente as imagens das câmeras e as ações de captura continuarão até que todos tenham sido resgatados”, afirma Adriana Tschernev, diretora-executiva da instituição.

Para oferecer um novo lar adequado aos animais, a ONG está construindo um espaço exclusivo, projetado para simular o ambiente das antigas colônias. “Vamos replicar o máximo possível da vida que eles tinham: acesso a jardins com árvores, nenhuma convivência forçada com outros animais e interação limitada com humanos. Temos um compromisso com a manutenção de laços afetivos entre os gatinhos e, por isso, eles não serão separados e nem confinados num abrigo tradicional”, conta Tatiana Sales. “Muitos passarão a vida toda conosco, precisamos garantir que tenham a melhor vida possível”.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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