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Luiz Fara Monteiro

Trump dobra aposta e ameaça controlar exportações de peças da Boeing à China

Ideia vem após americanos sugerirem proibir aérea chinesas de sobrevoarem espaço aéreo russo em rotas para os EUA

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Boeing 787 da Air China: peças de reposição controladas pelos EUA? Andrew Dawes via Wikimedia Commons

O presidente Donald Trump ameaçou impor uma proibição de exportação de peças de reposição para aviões Boeing para a China, à medida em que a guerra comercial com Pequim continua a se intensificar.

Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca na sexta-feira (10), o presidente americano sugeriu que os controles de exportação de peças de avião poderiam ser usados ​​como parte de medidas de retaliação à China, que impõe controles à exportação de minerais de terras raras. A China tem a maior reserva mundial desses produtos, seguida pelo Brasil e a índia, coincidentemente, países do BRICS. O quarto lugar é formado pela Austrália, tendo a Rússia - outro país do bloco - na quinta posição do ranking.


O presidente já anunciou uma tarifa de 100% sobre as importações chinesas a partir de 1º de novembro, mas também definiu outras medidas que poderiam ser usadas contra Pequim. Fontes em Washington não descartaram que esse prazo poderá, inclusive, ser antecipado.

“Eles [os chineses] têm muitos aviões Boeing e precisam de peças e muitas coisas assim”, disse Trump em resposta a uma pergunta sobre quais itens poderiam ter controles de exportação impostos.


As medidas propostas surgem poucos meses após a China proibir temporariamente companhias aéreas locais de receberem novos aviões Boeing ou peças de reposição de fabricantes americanos. A proibição foi imposta em abril, após a Casa Branca ameaçar impor tarifas de 145% sobre a maioria dos produtos fabricados na China.

Um mês depois, no entanto, diplomatas americanos e chineses conseguiram chegar a uma trégua temporária durante negociações na Suíça.


Nos dias seguintes à introdução da proibição, a Boeing foi forçada a transportar várias aeronaves 737MAX de corredor único para fora da China, que deveriam ser entregues a companhias aéreas locais, informa o PYOK.

As entregas foram retomadas desde então, mas se a disputa tivesse se arrastado, várias companhias aéreas internacionais demonstraram interesse em pegar aviões que não puderam ser entregues às transportadoras chinesas.


A ideia de controle sobre as exportações de peças da Boeing se junta à reclamação da Casa Branca sobre uma alegada desvantagem na concorrência entre companhia aéreas americanas e chinesas. Com base nesse entendimento, Trump sugeriu também nesta semana proibir companhias aéreas chinesas de sobrevoar a Rússia em rotas de ida e volta para os Estados Unidos. No entendimento de Washington, a redução no tempo de voo que essa prática permite coloca as companhias aéreas americanas em desvantagem.

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